Todo o material apreendido em diversas residências do advogado Roberto Bertholdo, preso nesta sexta-feira (4), pela Polícia Federal em Curitiba, surpreendeu o procurador Carlos Fernando, que esteve na sede da PF no início da noite.

CARREGANDO :)

De acordo com o procurador, foram recolhidos inúmeros gravadores digitais, micro-câmeras, muito equipamento de gravação de ambiente clandestina, fitas de vídeo, cd, hard disk (hd) de computadores, notebooks, além de algumas decisões judiciais de ações diversas e documentos públicos envolvendo empresas do Governo Federal.

"Com todo esse material, não descarto a possibilidade de que outras pessoas tenham sido grampeadas, inclusive outras autoridades", informou Fernando. "Agora teremos que analisar para ver o conteúdo de cada documento, de cada fita", complementou.

Publicidade

Perguntado sobre o conteúdo dos documentos que envolvem empresas do Governo Federal, o procurador preferiu não comentar, até que a análise aponte para uma possível irregularidade.

Todo o material apreendido vai ser levado para a perícia da PF e em seguida será submetido à análise minuciosa do Ministério Público Federal (MPF).

As buscas aconteceram em quatro residências na capital paranaense, uma casa em Brasília e um flat de luxo em São Paulo.

Denúncia

O advogado é acusado de ter interceptado os telefones do juiz federal Sérgio Fernando Moro, da 2º Vara Federal Criminal de Curitiba, no período de dezembro de 2003 a maio de 2004. De acordo com a denúncia protocolada pelo MPF, o objetivo do grampo era obter informações privilegiadas sobre alguns processos que tramitam na 2º Vara.

Publicidade

Além do grampo, o MPF apresentou denúncia de venda de decisão favorável e lavagem de dinheiro. Segundo o procurador, o advogado prometia decisões favoráveis em troca de R$ 600 mil. Os favorecidos ainda não conhecidos, assim como os "laranjas" que pulverizaram a quantia em dinheiro.