O advogado que defendia o goleiro Bruno, Michel Assef Filho afirmou, na manhã desta quinta-feira (8), que está deixando o cargo.

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Assef disse que estava defendendo os interesses de Bruno porque ele era um "patrimônio do clube e um dos atletas mais caros do Flamengo". Uma vez que o advogado trabalha para o Flamengo e o clube decidiu pela supensão do contrato dele, há conflito de interesses, segundo Assef.

Segundo o advogado, ele não entrou com pedido de habeas corpus para o goleiro. Assef informou ainda que quem assume a defesa do goleiro é o advogado Ércio Quaresma, de Minas Gerais, que já defende a mulher de Bruno e o amigo do goleiro conhecido como Macarrão.

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Pedido de transferência do Bruno só sai a partir de 11h

A transferência do goleiro Bruno para Minas Gerais só será decidida a partir de 11h desta quinta-feira (8). Segundo informou a assessoria do presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter, o juiz de plantão, Alberto Fraga, que recebeu o pedido alegou incompetência do plantão judiciário para julgar o caso, e encaminhou o pedido para ser julgado na 38ª Vara Criminal, que cuida do caso, que só abre às 11h.

O goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, passaram a noite de quarta-feira (7) em celas improvisadas e separadas na sede da Divisão de Homicídios do Rio (DH), na Zona Oeste do Rio. No final da noite de quarta, policiais levaram colchonetes e cobertores para o interior da DH. Eles não receberam visitas.

Segundo a polícia, os dois são suspeitos de envolvimento no desaparecimento da ex-amante do jogador, Eliza Samudio. Eles tiveram o pedido de prisão temporária decretada na manhã de quarta. Bruno foi indiciado como mandante do sequestro, e Macarrão e um menor como executores. O advogado de Bruno disse que ele está "estarrecido" e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça. Segundo o menor, Eliza foi levado do Rio para Minas, onde foi morta.

As declarações do advogado foram dadas em frente à DH pouco antes das 22h de quarta. Cerca de 40 minutos depois, um inspetor que trabalha na DH falou com os jornalistas. O inspetor disse que Bruno se negou a responder a qualquer pergunta durante o depoimento e afirmou que só falará sobre o caso em juízo.

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Segundo havia dito o advogado de Bruno, o goleiro conversou apenas com o delegado Felipe Ettore, da DH, que acompanha o inquérito que o acusa de sequestro. Ele ainda deve ser ouvido pela polícia mineira sobre o inquérito que investiga o sumiço de Eliza Samudio.

"Ele respondeu a todas as perguntas, mas se limitou a dizer que desconhece os fatos e não tem nada a dizer sobre o inquérito que está instaurado aqui. Sobre o de Belo Horizonte, vou tomar conhecimento dos autos amanhã", disse Assef. Ele disse ainda que o goleiro deverá ser levado para Minas Gerais. Segundo o advogado, o menor morava na casa de Bruno na Barra da Tijuca.

Assef informou no começo da tarde de quarta que vai entrar com pedido de habeas corpus na Justiça do Rio.

Pedido de transferência para Minas Gerais

A Polícia Civil mineira aguarda autorização da Justiça do Rio para transferir o mais rápido possível o goleiro Bruno e seu amigo Macarrão, para Minas Gerais, onde se investiga o desaparecimento de Eliza, informou no início da madrugada desta quinta-feira (8) Alessandra Wilke, delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios de Contagem.

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"As investigações estão avançadas, e estamos apenas aguardando decisão judicial para recambiar (transferir) o Bruno para Minas, onde ele prestará depoimento no nosso inquérito policial", disse a Alessandra ao deixar a sede da Divisão de Homicídios do Rio (DH), na Zona Oeste da cidade.

Segundo Alessandra, há contradições em relação à participação de Bruno e Macarrão no caso do desaparecimento da jovem. "Se ele esteve no sítio, se não esteve, quem estava com ele no dia que Eliza esteve no sítio", afirmou.

Alessandra e a delegada titular da Delegacia de Homicídios de Contagem, Ana Maria Santos, chegaram ao Rio num avião que permanecia no Aeroporto Santos Dumont, pronto para decolar e levar Bruno e Macarrão para Minas.

A delegada disse ainda que há um mandado de prisão temporária contra Bruno expedido em Minas Gerais, e que as transferências dos dois suspeitos podem ocorrer a qualquer momento. "Temos um mandado de prisão temporária expedida pela vara do Tribunal de Justiça de Contagem com prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias", afirmou.

Denúncia

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O Ministério Público do Rio de Janeiro ( MP-RJ) denunciou na quarta Bruno e Macarrão por sequestro e lesão corporal, no ano passado, de Eliza Samudio. Na denúncia, o promotor Alexandre Murilo Graça, da 17ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, alegou que, em outubro de 2009, os dois sequestraram Eliza Samudio, que estava grávida, e tentaram forçá-la a abortar.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), se condenados, Bruno e Macarrão podem pegar de dois e a oito anos de prisão, pelo crime de sequestro e cárcere privado, agravado pelos maus-tratos contra a vítima, e de três meses a um ano, por lesão corporal.