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O advogado Eldes Martinho Rodrigues foi condenado a pagar uma indenização de R$ 60 mil, por danos físicos e morais, ao repórter cinematográfico Humberto Vendramel, da Rede Paranaense de Comunicação. A decisão foi do juiz da 10.ª Vara Cível de Curitiba, Luciano Carrasco Falavigna Souza e foi dada na segunda-feira (4). Rodrigues agrediu Vendramel no dia 19 de outubro do ano passado, em uma operação da Polícia Militar que fechou um bingo clandestino em Curitiba.

Na ocasião foram apreendidas 20 máquinas de vídeo-jogo e quatro pessoas foram flagradas jogando. Entre elas, a vereadora Nely Almeida (PSDB). Rodrigues agrediu o cinegrafista com um soco no rosto, enquanto o cinegrafista tentava filmar imagens do local. O advogado afirmou que vai recorrer da decisão da 10.ª Vara Cível. "Respeito a decisão, mas não concordo com o valor, que é muito elevado para os próprios parâmetros do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR)", explicou o advogado.

Em razão da agressão, o cinegrafista teve que ficar afastado do trabalho. Vendramel ficou uma semana em casa e depois teve que passar um mês sem realizar matérias na rua, pois não conseguia segurar a câmera. "Perguntei se ele era o dono do bingo, por que ele pediu para os cinegrafistas sair, mas não se identificou. A polícia tinha liberado as imagens. Comecei a questioná-lo, se ele era advogado do dono do bingo ou de algum cliente e ele ficou bravo. Disse que não me devia satisfações e eu respondi a mesma coisa, foi ai que ele me agrediu", contou o cinegrafista da RPC.

Rodrigues afirma que agiu em legítima defesa na ocasião. "Agi em razão de uma injusta provocação. Ele me perguntou se eu era o dono do bingo e a polícia queria saber quem era o proprietário. Em razão do nervosismo aconteceu aquilo", definiu. Eldes Martinho Rodrigues afirmou que estava no bingo clandestino porque um "cliente" do local pediu para a gerente do local o telefonar.

"Ela queria que eu acompanhasse a ação da polícia, que não deixasse que os freqüentadores fossem filmados e que os acompanhasse para a delegacia se algo acontecesse. Na época falaram que eu trabalhava para a vereadora, mas eu nunca tinha visto a Nely Almeida", disse. Eldes Martinho Rodrigues vai recorrer da decisão no próprio TJ.

Humberto Vendramel comemorou a decisão da 10.ª Vara Cível, não pelos valores envolvidos, mas pela pena imposta ao advogado. "Assim não passou em branco. Se errou tem que pagar. Está tudo filmado", definiu.

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