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Antônio Nardoni: “Pena já estava dosada há dois anos” | Paulo Liebert/AE
Antônio Nardoni: “Pena já estava dosada há dois anos”| Foto: Paulo Liebert/AE

Criminalistas avaliam que dificilmente as penas de prisão de 31 anos para Alexandre Nardoni e de 26 anos para Anna Carolina Jatobá, condenados por terem matado a menina Isabella em março de 2008, serão revistas pelo Tribunal de Justiça. Eles também não acreditam que o júri seja anulado. O advogado da defesa do casal, Roberto Podval, entrou com recurso assim que a sentença foi anunciada pelo juiz Maurício Fossen, na madrugada de sábado. Ele terá até oito dias para elaborar o recurso.

"Ele poderia pedir a nulidade do júri porque um jurado chorou durante o depoimento de Ana Carolina Oliveira, por exemplo, manifestando sentimento. Mas não o fez". comentou o criminalista Mario de Oliveira Filho, de São Paulo. Para o criminalista, dificilmente a sentença será revista e o júri anulado. "Aos jurados foram apresentadas duas versões, a de que o casal era o autor do crime e outra que não havia provas e que uma terceira pessoa poderia ter entrado no apartamento. Mas os jurados se convenceram de que o casal matou a menina."

O advogado criminalista Ro­­ber­­to Delmanto, também de São Paulo, é outro que considera difícil a anulação do julgamento. "Antes de 2008, os réus tinham direito a um novo júri automaticamente quando a pena era igual ou maior a 20 anos. Isso caiu. Acho difícil a anulação deste júri", afirmou.

Na época do crime, a lei garantia um novo júri automático a condenados a 20 ou mais anos de prisão. A nova legislação cancelou essa possibilidade cinco meses após a morte da menina, na noite de 29 de março de 2008. "O crime foi cometido antes da mudança do Código Penal e eles têm esse direito’’, disse Roselle Soglio, uma das advogadas do casal.

Visitas

Para o pai de Alexandre Nardoni, Antônio Nardoni, as penas já estavam definida há dois anos. Ele e a mulher, Maria Aparecida Alves Nardoni, visitaram Alexandre ontem pela manhã na penitenciária de Tremembé, a 147 km de São Paulo. "A pena já estava dosada há dois anos. Neste país é difícil acreditar em alguma coisa, mas nós acreditamos", afirmou. O casal levou três sacolas, uma caixa e uma vasilha com frutas e verduras para o filho.

Ana Carolina Jatobá recebeu ontem a visita do pai. Ele chegou por volta das 13 horas à penitenciária feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tre­­membé. Acompanhado da mulher, Alexandre Jatobá vestia agasalho e capuz.

Missa

Isabella Nardoni será lembrada por amigos e parentes em uma missa amanhã, às 20 horas, na paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, em São Paulo. No sábado, Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, disse que se sentia aliviada com as condenações, mas que o vazio continua. "A justiça foi feita, mas o vazio ficou. Minha filha não vai voltar", disse durante conversa de aproximadamente 20 minutos com repórteres que estavam em frente ao prédio onde ela mora com pais, na Vila Maria, em São Paulo.

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