Brasília Em mais um dia de caos nos aeroportos do país, com esperas para embarcar que chegaram a 20 horas, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno da Silva, determinou a convocação obrigatória de todos os 149 controladores de vôos do Centro de Controle Aéreo de Brasília (Cindacta), formando uma espécie de "força-tarefa" para destravar a circulação de aviões.
Mesmo não admitindo a expressão "apagão aéreo", o comandante declarou que às três horas de ontem "o tráfego aéreo estava completamente paralisado no Brasil". Diante da "situação de emergência", como ele mesmo classificou, foi tomada a decisão de emergência. Quem se recusasse a atender a convocação, conforme advertiu o comandante, seria submetido ao regulamento disciplinar da Aeronáutica, que prevê punições que vão da advertência à prisão.
Segundo o comandante todos os controladores, que são sargentos da Aeronáutica, atenderam à convocação, embora pelo menos oito deles tenham apresentado atestados médicos alegando falta de condições psicológicas de trabalhar.
A convocação do comandante aos subordinados ocorreu ontem cedo. Os militares que deixariam o trabalho pela manhã deveriam permanecer para uma reunião marcada para as 8h30, quando seria divulgada uma nova escala de trabalho, que incluiria toda a equipe, até o final do feriado, para desafogar os aeroportos.
A medida, considerada "autoritária" por controladores que apresentaram denúncias à imprensa, acabou chegando aos ouvidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está descansando em Salvador e ficou preocupado com as repercussões políticas do episódio. O presidente interveio e determinou ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que entrasse na negociação com os controladores, estudando a criação de um plano de carreira específico para a categoria.
Também preocupado com a situação, o ministro da Defesa, Waldir Pires, convocou o comandante da Aeronáutica para uma reunião pela manhã. Outras reuniões foram realizadas à tarde, com os presidentes da Infraero, José Carlos Pereira, e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi.
Normalização
De acordo com o comandante da Aeronáutica depois que os controladores começaram a trabalhar em sistema de mutirão, "o tráfego aéreo estava completamente normalizado". No mesmo instante das declarações de Bueno, nos aeroportos do país a realidade era outra. Embora o fluxo tivesse melhorado, estava longe de haver normalidade.
O comandante explicou ainda que de fato cancelou um concurso público para 144 controladores civis que seria realizado em junho passado, alegando que ele "não seria necessário".
Embora não admita, a Aeronáutica é contra a contratação de controladores civis justamente porque eles não aceitam trabalhar com carga horária superior à prevista e se organizam em sindicatos, o que é proibido pela legislação militar. Hoje, são 493 controladores civis e 2.115 militares.
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