Maringá A disputa comercial entre a Trip e a Nordeste Linhas Aéreas teve mais um capítulo na noite da terça-feira passada no Noroeste do Paraná. Por volta das 20h30, uma aeronave da Trip precisou arremeter porque outro avião chegou no mesmo horário para pousar no aeroporto regional de Maringá. A situação foi acompanhada por dois oficiais do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II) que estão na cidade desde a semana passada.
"Já fiz um relatório de perigo e conversei com os oficiais do Cindacta", informou o piloto do avião Senica (de pequeno porte), que chegou junto com a aeronave da Trip e preferiu não se identificar. Ele transportava seis diretores de um frigorífico. O vôo da Trip, de número 5517, saiu de Rondonópolis (MT) e transportava 35 passageiros e quatro tripulantes.
O Comando da Aeronáutica informou ontem que uma equipe de oficiais sai de Brasília hoje de manhã para apurar o caso. A Aeronáutica só vai classificar o caso como "incidente" se isso ficar configurado após a análise de todas as informações. Havendo comprovação de alguma irregularidade, as penalidades podem ir de multa à suspensão das atividades do piloto e da empresa responsável por colocar em risco a segurança de vôo.
O piloto do Senica contou que teve de acelerar o avião para pousar mais rapidamente e liberar a pista para a aeronave que vinha em seguida. Com isso, demorou mais para conseguir parar o avião. O piloto disse que houve contato visual dos aviões no ar e citou que o avião da Trip não teria informado à torre que estaria indo para Maringá.
O representante da Trip em Maringá, Luiz Carlos Ribeiro, informou que a companhia estava elaborando um relatório sobre o episódio, mas até o final da tarde de ontem não havia nada oficial. Segundo Ribeiro, a situação não teria ligação com a torre de comando e o avião pousou normalmente após ter arremetido.
A Nordeste anunciou ontem que decidiu retomar oficialmente os serviços de rádio para a Trip em função do acontecimento da noite de terça-feira, mas que vai seguir lutando na Justiça para receber os R$ 450 mil por serviços prestados para a Trip em Maringá e Cascavel. A Trip não reconhece a dívida e vinha operando desde o dia 1.° de setembro sem as informações de rádio da torre de comando no aeroporto maringaense.