Aeronave cai após decolar do Afonso Pena e os pilotos morrem

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Ainda é desconhecido o que teria motivado a queda do avião bimotor EMB-110 Bandeirante da empresa paulista TWO Táxi Aéreo, na madrugada de ontem, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Os pilotos Luís Antônio Ramos Molinari, 57 anos, que é curitibano, e José Renato Urbano, 46 anos, de São Paulo, únicos tripulantes da aeronave, morreram no acidente. "O comando da Aeronáutica tem 30 dias para apresentar um relatório preliminar sobre as causas do acidente. Isso pode ser prorrogado caso necessário", afirma o capitão Leonardo Mangrich, chefe de comunicação social do Cindacta 2.

A tragédia ocorreu por volta da 0h40, a cerca de quatro quilômetros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, poucos minutos após a decolagem. O avião caiu no terreno da Academia Policial Militar do Guatupê, área cercada por centenas de residências. Quem estava acordado naquela hora se assustou com o barulho da aeronave que voava em baixa altitude. "Dava a impressão de que iria arrancar o teto de casa", lembra a moradora Vera Lúcia Moro. "Pensei que tinha caído na rua. Nunca tivemos isso tão perto", conta Eni Andrades Ferreira. Apesar da queda, o avião não chegou a explodir.

Às 23h43, o bimotor, vindo de Jundiaí, no interior paulista, pousou no Afonso Pena. Ele estaria carregado com autopeças, que foram recebidas no pátio do aeroporto por um funcionário da empresa JetSul. Às 0h35, a aeronave vazia decolou para retornar a Jundiaí. Três minutos depois, foi perdido o contato com a torre de controle. A Infraero informa que, de 0h10 às 6 horas, as pistas do Afonso Pena permanecem livres para pousos e decolagens de vôos ocasionais, como era o caso.

Segundo Mangrich, as buscas começaram imediatamente e não foi registrado nenhum pedido de socorro dos pilotos. O Corpo de Bombeiros chegou ao local do acidente por volta das 2 horas. Uma área de mil metros quadrados foi isolada. Os corpos de Molinari e Urbano foram encontrados meia hora depois. As investigações serão conduzidas pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes.

Como esse modelo de aeronave não possui caixa-preta, as respostas sobre as causas do acidente virão a partir de dados relacionados ao histórico do avião, condições climáticas, local da queda, propagação dos destroços e impacto no solo. "Isso tudo é analisado para se montar esse quebra-cabeça. A investigação não busca a culpabilidade no acidente e sim a prevenção para que novos acidentes não aconteçam", explica Mangrich.

Sabe-se que no momento da queda a visibilidade de quem sobrevoava a região era ruim devido a uma grande nuvem. Além disso não foi encontrado nenhum registro de colisão do bimotor com qualquer antena de telefonia da área.

O chefe de segurança de vôo da TWO, Wágner Gropolo, informou que esse foi o primeiro acidente com um avião da frota da empresa e que a companhia só deve se manifestar após a conclusão das investigações. "Estamos tomando todas as medidas para atender as necessidades dos familiares dos pilotos", afirma.