Recentemente, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) de Curitiba tem sido alvo de críticas por parte de servidores de seu próprio quadro de funcionários. O principal motivo das críticas é o corte na frota de motocicletas de fiscalização. Além disso, os agentes apresentam reclamações que passam pelo "excesso" de sinalização de uma rua no Uberaba ao custo do aluguel do novo prédio da secretaria considerado alto pelos trabalhadores.
Os guardas reclamam que a frota de motocicletas da Setran caiu de 16 para oito. Enquanto isso, o município paga R$ 75 mil mensais de aluguel do novo prédio onde funciona a Setran, na Avenida Salgado Filho, no bairro Prado Velho. Para alguns agentes, esse gasto inviabiliza melhorias na frota e na fiscalização do trânsito em Curitiba, já que se seriam recursos que poderiam ser investidos em outras áreas.
Redução
Segundo um dos agentes ouvidos pela Gazeta do Povo, 16 motocicletas já seria um número insuficiente. "Antes eram oito motos por turno, agora são quatro. As ocorrências que chegam pelo telefone 156 são devolvidas sem atendimento devido a falta de gente e viaturas para atender", afirma.
De acordo com esse mesmo agente, em caso de acidentes, por exemplo, há necessidades de desvios. "São os motociclistas que fazem isso. Para a cidade toda, em todos os tipos de evento, desde acidentes com veículos irregulares, manifestações, corridas de rua aos fins de semana, as motos são usadas", relata.
Além disso, ele argumenta que, fora do Centro, está convencionado via sindicato da classe que apenas os guardas que estiverem em dupla [duas motos] podem fazer a fiscalização longe da região central. A medida foi tomada após a morte de um agente na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), ano passado. Esse aspecto diminuiria ainda mais a capilaridade das motocicletas na fiscalização, ainda mais com o corte da frota.
Sinalização
No caso da rua excessivamente sinalizada, a Benedito Calixto, no bairro Uberaba, a queixa dos guardas ouvidos pela reportagem que preferiram não se identificar para evitar represálias é em relação à implantação de 14 placas de sinalização (duas de pare, uma de "proibido veículo acima de 10 toneladas" e todas as outras de "exclusivo veículos até 1,8 toneladas") em uma via de apenas duas quadras e com pouco movimento.
Para os agentes, trata-se de desperdício de recursos públicos. Eles não entendem porque o município focou tanto na sinalização desta via, por exemplo, enquanto várias outras que necessitam não receberam a mesma atenção.
Segundo apurou a reportagem, cada placa custa, em média, R$ 350 para o município.