Agentes que trabalham na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foram ameaçados de morte por detentos que alegam pertencer à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As ameaças ocorreram após um pente-fino realizado no início da semana na unidade prisional, considerada de segurança máxima.

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Para os agentes, pessoas ligadas a esses presos podem estar por trás dos ataques a quatro ônibus, que foram queimados na região após a varredura. A informação é contestada pela Polícia Militar (PM), que considera os casos fatos isolados de vandalismo.

O último ataque ocorreu na noite de ontem, no bairro São Luiz, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Dois homens chegaram ao ponto final, obrigaram o motorista e o cobrador a descerem e atearam fogo no coletivo. Ainda na noite de ontem, outro ônibus foi incendiado no ponto final, também por dois homens, em Vespasiano, na região metropolitana. Os outros dois ônibus foram queimados em Contagem, na segunda-feira, e em Ribeirão das Neves também na região metropolitana, no dia seguinte. Ninguém ficou ferido ou foi preso.

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Todos os ataques ocorreram após a busca realizada na segunda-feira na Penitenciária Nelson Hungria, onde estão quase 200 presos que alegam pertencer à facção criminosa criada em São Paulo. Na ocasião, foram encontrados em poder dos presos 16 celulares, 24 chips e 14 armas brancas, além de maconha, cocaína e crack. Na mesma noite, houve o incêndio do ônibus em Contagem, com participação de dez adolescentes.

Pouco depois, a PM prendeu Eliza Camões Batista, de 50 anos, acusada de tráfico de drogas, que assumiu estar por trás do ataque, mas alegou que estava "brincando" com os jovens quando disse para eles imitarem criminosos de São Paulo. Eliza é casada com Messias José Morais, um dos detentos da Nelson Hungria que se autointitula integrante do PCC.

No dia seguinte, os veículos usados para transportar os funcionários para a unidade prisional tiveram a segurança reforçada. "Eles (detentos) fazem ameaças veladas e alguns falam abertamente que isso (pente-fino e recrudescimento da segurança) vai ter retaliação. O pessoal está bastante apreensivo", contou um dos integrantes do Comando de Operações Penitenciárias Especiais (Cope) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas Gerais.

A Seds afirma que não recebeu nenhuma denúncia formal de ameaças mas ressaltou que toda vez que há um pente-fino em presídios a segurança é reforçada para evitar retaliações. Por meio de sua assessoria, a secretaria informou também que, apesar de os presos se autointitularem como integrantes do PCC, todos da unidade foram presos por crimes cometidos em Minas.