Os agentes penitenciários do Paraná iniciam uma greve geral a partir do próximo sábado (21). A data foi anunciada pelo sindicato da categoria, que ainda informou que a paralisação será por tempo indeterminado. Um indicativo de greve já havia sido aprovado pelos trabalhadores no último dia 6.
De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), existe uma série de reivindicações ao governo do estado. Entre elas estão o cumprimento da lei federal que institui o porte de arma para a categoria, o reajuste do adicional de atividade penitenciária - que estaria congelado há quase três anos - e a mudança das escalas dos trabalhadores.
Atualmente, existem cerca de 3,5 mil agentes nos 23 presídios do estado. A greve deve atingir as unidades penais de Curitiba, Londrina, Cascavel e Guarapuava. Atividades como visitas, transferência de presos e saídas de detentos para banhos de sol podem ser prejudicadas.
O secretário da Justiça e da Cidadania, desembargador Jair Ramos Braga, já chegou a afirmar que não haverá negociação em estado de greve.
Agente assassinado
No dia 12 de outubro, o agente Walter Giovani de Brito, de 26 anos, que trabalhava em Londrina, foi assassinado quando deixava um bar. Um colega que estava com Brito no momento do incidente, Levino Custódio Júnior, de 34 anos, reagiu e acertou dois tiros no autor do disparo, que foi preso. Custódio Júnior também foi detido por porte ilegal de arma de fogo. Um dia depois, agentes penitenciários de todo o Paraná fizeram uma paralisação de 24 horas para reclamar da falta de segurança da categoria e pedir a permissão para o porte de armas de fogo.
Em meio ao protesto dos trabalhadores, o secretário de Estado da Justiça afirmou que a paralisação dos agentes penitenciários não passava de "agitação" e que não prejudicou as atividades nas penitenciárias do estado. Sobre o porte de arma, alegou não ter responsabilidade, já que quem pode autorizar o porte, segundo Braga, é a Polícia Federal.
No último dia 12, um mês após a morte do agente, o Sindarspen organizou cultos religiosos em todo o estado. O objeto da manifestação, segundo o sindicato, foi chamar a atenção do governo e da sociedade para o estado de insegurança com que vive a categoria.
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