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Os agentes penitenciários estaduais estudam cobrar na Justiça uma retratação do governador Roberto Requião pelo incidente ocorrido anteontem, no presídio do Ahú, durante visita oficial, quando eles teriam sido ofendidos, com ameaças. O Palácio Iguaçu divulgou nota oficial, ontem, confirmando a visita de Requião à unidade do Ahú, que durou 30 minutos, mas negou qualquer ofensa. O governo afirmou ainda que os servidores não têm motivos para fazer greve e que eles tiveram, recentemente, reajuste salarial médio de 88,1%.

Mas de acordo com funcionários do presídio do Ahú, houve ameaça sim durante a visita. "Ele disse que mandaria a polícia arrepiar o cacete em caso de greve", dizem os funcionários. Por isso, 70% dos agentes saíram da unidade anteontem à tarde e ficaram na frente do Ahú. O fato foi registrado por uma equipe de televisão da Rede Paranaense de Comunicação (RPC).

Segundo a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu, "em nenhum momento o tema da visita foi o salário ou a escala de trabalho dos agentes penitenciários. Nem o governador fez menção ao assunto, nem os agentes procuraram Requião para apresentar reivindicações. Logo, as frases de ameaças atribuídas ao governador nunca foram ditas. Durante toda a visita não houve clima de hostilidade ou nenhuma reação que fugisse do normal". Nota da assessoria afirma ainda que "por isso, causou surpresa a reação dos agentes penitenciários, que convocaram a imprensa e novamente ameaçaram fazer greve, desta vez porque estariam insatisfeitos com declarações do governador".

Retratação

O Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário Estadual informou que já tomou as primeiras providências para buscar a retratação do governador, apesar da negativa do Palácio Iguaçu. "Decidimos não fazer a paralisação, que começaria hoje (ontem), para garantir a segurança nos presídios. Há informações de que facções criminosas estão esperando apenas uma oportunidade como essa para agir", justificou a presidente do sindicato, Sandra Márcia Duarte. Ela disse ainda que a assessoria jurídica da entidade estuda uma ação judicial contra Requião e que o sindicato vai promover, nos próximos dias, um ato público para protestar contra a falta de respeito para com eles.

Escala de trabalho

Sobre a mudança de escala, anunciada pelo sindicato, o governo estadual informou que "a escala de trabalho em vigor é de 12 horas de trabalho por 36 horas de folga. Ela entrou em vigor em fevereiro no Complexo Penitenciário do Ahú, e nas demais unidades, em março. A nova escala substitui a antiga de 24 horas de trabalho por 48 horas de folga". Segundo o sindicato, ela vai mudar de novo a partir do dia 5, para 24 horas por 72 horas.

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