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Seis mulheres foram espancadas em média por dia em Curitiba, entre os meses de janeiro e agosto de 2005. O levantamento é da Delegacia da Mulher, baseado nas 1,5 mil queixas de lesão corporal registradas no período. O dado é preocupante, já que durante todo o ano passado foram realizados 1.624 atendimentos do gênero pela unidade. Se média mensal deste ano continuar a mesma, 2005 deve acabar com 2,3 mil ocorrências registradas, o que representa um aumento de 42% nas agressões em relação a 2004.

Outros números que chamam a atenção no relatório divulgado pela Delegacia da Mulher são os de registros de ameaças (829 casos), estupro (59) e difamação (58). No balanço geral, no entanto, a lesão corporal é a prática violenta que mais preocupa as autoridades locais e nacionais. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Vitmologia, 23% das mulheres brasileiras estão diariamente sujeitas à agressão. Além disso, a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil.

Para tentar diminuir o avanço da violência, foi lançada ontem na capital a campanha "Bem Querer Mulher", de prevenção à violência contra a mulher. A iniciativa é a primeira ação do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) no Brasil. O lançamento contou com a presença da presidente da entidade, Ana Falu, e a presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Fernanda Richa.

Segundo os organizadores, aparticipação de todos os setores é fundamental para o sucesso da campanha. "Não pode haver espaço para a violência contra a mulher. A parceria entre o poder público, o setor privado e a comunidade em geral éfundamental para a conscientização, que se dá pelo diálogo e respeito ao próximo", afirmou Fernanda.

As iniciativas englobam trabalhos de orientação permanente nas casas de famílias, locais de trabalho das mulheres e em espaços de difusão de responsabilidade social - como escolas, associações de moradores e clubes de mães. O Unifem tem como objetivo principal a criação de mecanismos que possibilitem uma forma organizada de contribuição à. "A violência contra a mulher não é apenas uma questão privada, mas sim um assunto de interesse público e que exige políticas próprias de combate. Isso requer uma forte e constante mobilização de toda a sociedade", disse Ana Falu.

Ocorrências

1.624 agressõesforam registradas durante o ano passado pela Delegacia da Mulher, em Curitiba. O número pode ser superado em 41% em 2005, se a média mensal deste for a mesma.

59 estuprosforam atendidos pela Delegacia da Mulher no período de janeiro a agosto de 2005. Além disso, foram registrados 829 casos de ameaças e 58 de difamação.

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