Agricultores bloqueiam ferrovias em três cidades

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Atualizado em 10/05/2006, às 17h55min

A ferrovia em Rolândia, região Norte do Paraná, foi liberada pelos agricultores paranaenses na manhã desta quarta-feira (10) em virtude de uma decisão judicial de reintegração de posse favorável a América Latina Logística (ALL), empresa que controla a rede ferroviária estadual. Em compensação, em nova ação, os agricultores interromperam trilhos em outras três cidades do estado.

Ao saírem de Rolândia, os agricultores, alegando não terem ainda sido atendidos pelo governo federal em relação à uma solução para as dificuldades financeiras, resolveram então bloquear a linha férrea do município de Cambé e Apucarana, na região Norte do estado. O protesto foi iniciado há cinco dias e os agricultores dizem que a manifestação vai continuar por tempo indeterminado.

De acordo com a ALL, os bloqueios de linhas férreas atingem as cidades de Marialva, Maringá e Cambé. A empresa afirmou que já entrou com ação, semelhante a que conseguiu remover o grupo em Rolândia. Há a ameaça que também acontecerão protestos nas cidades de Mandaguari e Sarandi.

A empresa informou ainda que foi concedida, na tarde de segunda-feira (8), liminar de reintegração de posse nas ferrovias de Maringá. Na manhã de terça-feira (9), outra liminar foi concedida em Marialva. Mesmo assim, os agricultores não cumpriram as decisões.

Os pátios da empresa na região estão lotados. Uma composição de 90 vagões está parada em Cambé e outra de 75 vagões em Maringá. Segundo a reportagem da TV Coroados, afiliada da RPC em Londrina, em virtude dos bloqueios nas linhas férreas, 30 vagões com 60 mil litros cada de combustível deixaram de desembarcar na Central de Combustíveis de Londrina, onde operam quatro companhias. Ainda de acordo com a TV, cerca de 470 vagões estão parados em Apucarana em virtude do protesto. E cerca de 25 mil toneladas de grãos deixaram de ser transportadas.

Para tentar amenizar os prejuízos, produtores de Campo Mourão estão vendendo a soja antecipadamente para pagar as dívidas. Mas, mesmo assim os agricultores reclamam que não estão conseguindo quitar todas as dívidas, porque o preço da soja está muito baixo. O posto da Polícia Rodoviária Estadual em Londrina, informou nesta manhã que pelo menos até as 11h, não havia nenhum registro de impedimento do fluxo nas rodovias estaduais próximas às cidades onde acontecem os protestos. Informações de moradores da região afirmam que perto de Florestópolis há bloqueio rodoviário feito por agricultores.Veja em vídeo como foi a saída dos agricultores de Rolândia e a chegada, minutos depois, na cidade de Cambé

Veja também como está o protesto em Maringá