A linha férrea de Maringá, Noroeste do Paraná, foi desbloqueada pacificamente pelos agricultores paranaenses no início da manhã desta quinta-feira graças a uma decisão judicial conquistada pela América Latina Logística (ALL), empresa que controla a rede ferroviária estadual. A ferrovia na cidade estava inativa desde segunda-feira.
Cerca de 80 policiais estiveram no local para fazer a reintegração de posse. Antes de retirar os tratores de cima dos trilhos, os produtores cantaram o hino nacional e fizeram uma oração ao lado de um caixão - que simbolizava o enterro dos produtores.
Apesar da saída dos agricultores, o protesto continua em duas cidades: Marialva (Noroeste) e em Cambé (Norte). Nos dois locais a ALL já conseguiu a decisão judicial de reintegração de posse, mas até o início da tarde desta quinta-feira, não foi cumprida. A ALL informa que em Marialva a decisão saiu na terça-feira e mesmo assim a ferrovia continua bloqueada. De acordo com o Paraná TV, cerca de 800 vagões estão parados no Norte do estado.
Por volta de 12h desta quinta, um oficial de justiça acompanhado por um advogado da ALL foi notificar os manifestantes para desbloquearam a linha férrea imediatamente. Segundo reportagem do Paraná TV, o oficial e o advogado foram ignorados e os agricultores disseram que não vão desbloquear a ferrovia. Em Cambé os produtores bloqueaiam a linha férrea desde a manhã desta quarta-feira.
Apoio
No período da tarde, a manifestação dos agricultores ganha um apoio de peso. Em entrevista ao Paraná TV, o presidente da Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar), Luís Lourenço, informou que todas as indústrias da Cocamar, a quinta maior cooperativa do país, vão desligar às máquinas. Cerca de mil pessoas ficarão sem trabalhar. Lourenço disse ainda que a manifestação de apoio deve durar até o dia 16 - data prevista de um protesto organizado pelo movimento nacional.
Justiça
A ALL informa, por meio de e-mail, que o bloqueio nas rodovias "prejudica a economia do Paraná e que a empresa vem tomando todas as medidas judiciais cabíveis para a desobstrução da via". O documento diz ainda que "todos os envolvidos irão responder cível e criminalmente por seus atos, conforme previsto no artigo 260 do Código Penal (Impedir ou perturbar serviço em estrada de ferro). Veja em vídeo como foi a saída dos produtores em Maringá, a noite em Cambé e a manifestação de apoio da Cocamar
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