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As especulações de que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, deixará o cargo antes do fim do governo Lula preocupam os representantes do agronegócio paranaense. Na última quarta-feira, Rodrigues esteve reunido com o presidente da República para discutir uma solução para a crise que atinge o setor agrícola desde o ano passado. Na ocasião, ele afirmou que "o céu caiu" sobre sua cabeça, por causa da combinação de fatores ruins que influenciam hoje a agropecuária nacional, e fez referência ao trabalho de seu sucessor. "Agora estamos trabalhando para botar o céu no lugar dele, e o próximo ministro que vier depois de mim vai estar no céu", disse.

Para o assessor da presidência da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Carlos Augusto Albuquerque, Rodrigues será imprescindível para garantir o prorrogamento do prazo para a quitação das dívidas dos agricultores.

"Até o fim do governo ele tem muito a ajudar. É ele quem encaminha nossos pleitos. A crise hoje é em decorrência da política econômica do governo. Ele está defendendo o setor, especialmente no caso da solução para o endividamento", afirma.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, ressalta que Rodrigues "sempre recebeu prontamente as reivindicações do setor e ajudou, especialmente, no caso do Prodeagro, programa que deu maior prazo aos avicultores para pagarem seus investimentos", afirma.

O economista do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Paraná (Sindicarnes), Gustavo Fanaya, diz que se Rodrigues, de fato, deixar o cargo, seu substituto deve ser alguém com maior influência na área econômica.

"Rodrigues infelizmente não tem esse poder. O segmento da produção ficou em segundo plano, precisamos de alguém que faça com que a produção tenha maior prestígio dentro do governo", afirma Fanaya.

A assessoria do Ministério da Agricultura nega que Rodrigues pretenda deixar o governo antes de completar quatro anos no cargo. O ministro já declarou que não permanecerá à frente da pasta num eventual segundo mandato do presidente Lula.

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