O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).| Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.
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A Advocacia Geral da União (AGU) publicou uma nota informando ter acionado a Procuradoria-Geral da União (PGU) para fazer um estudo sobre as medidas jurídicas cabíveis contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). O deputado Gayer vem sendo acusado de racismo por declarações feitas no programa Três Irmãos Podcast, na última sexta-feira (23), em que associa a baixa capacidade cognitiva a ditaduras.

No comunicado, a AGU, depois de afirmar que Gayer teria feito "declarações discriminatórias contra africanos", fundamenta o pedido de investigação com uma frase entre aspas que não foi dita pelo deputado. A frase "existem macacos com QI 90 enquanto na África o QI médio seria de 72", mencionada pela AGU,foi elaborada de forma diferente em um comentário do apresentador do programa, Rodrigo Barbosa Arantes, em forma de pergunta: "Você sabia que tem macaco com QI de 90?"; depois, alguém fala algo no estúdio e ele parece repetir o comentário, "72 na África o QI". Veja abaixo:

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Nas redes sociais, o parlamentar goiano respondeu a críticas dizendo que sua manifestação foi tirada de contexto. "A completa falta de capacidade da esquerda na interpretação [da] minha fala sobre o QI baixo ser fundamental para criar uma ditadura é a prova cabal de que estou certo", escreveu o congressista em seu perfil no Twitter.

No vídeo do programa, o deputado afirmou que o baixo QI médio na África, que aparece em algumas pesquisas, estaria relacionado a fatores como desnutrição, falta de educação e os efeitos das medidas dos governos ditatoriais. O deputado também compara esse cenário com o Brasil.

"Aí você vai ver na África que quase todos os países são ditaduras, quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África porque para você ter uma democracia tem que ter o mínimo de capacidade cognitiva de entender entre o bom e o ruim, o certo e o errado", disse Gayer.

De acordo com a AGU, as declarações do parlamentar são "inadmissíveis em um contexto democrático que exige respeito pleno a todos os cidadãos e cidadãs". E ainda complementou: "as afirmações do deputado também podem configurar crime de racismo".

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Nesta quarta-feira (28), a deputada Duda Salabert (PDT-MG) disse em suas redes sociais que iria acionar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados para pedir a cassação do mandato de Gayer. “A Câmara não pode ser espaço para racista! Deveria ser preso além de perder o mandato”, escreveu Salabert.

A assessoria do deputado informou que o parlamentar interpelou judicialmente a deputada Salabert para questionar em qual momento do vídeo ela identifica menção a cor ou raça.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]