O Rio Belém encheu rapidamente com o temporal: em duas horas e meia, foram 123,8 milímetros de chuva| Foto:

Tragédia

Temporal mata cinco pessoas no RS

Agência Estado e Folhapress

Porto Alegre - Um temporal de pouco mais de uma hora provocou acidentes que mataram cinco pessoas e deixou muita destruição entre a região metropolitana de Porto Alegre e o litoral norte do Rio Grande do Sul no início da tarde de ontem. Na capital gaúcha, a parede frontal de um prédio desativado caiu sobre uma calçada, matando uma mulher. Um homem de 39 anos morreu atingido pelo tronco de uma árvore quando tentava se pro­­teger da chuva e do vento. Na região metropolitana, um jovem de 19 anos foi soterrado pelo muro de uma construção e um sargento morreu ao operar uma motosserra. No litoral, a queda do galho de uma árvore matou um agricultor de 60 anos.

Em Cidreira, no litoral norte, o teto de uma escola caiu sobre uma sala. Cerca de 30 crianças sofreram ferimentos e tiveram de ser levadas a um hospital para avaliação. Todas foram atendidas e liberadas. A chuva forte, acompanhada de rajadas de vento de mais de 100 km/h, arrancou telhados, derrubou árvores e postes e alagou estradas em diversos municípios.

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Curitiba e Ponta Grossa - Depois do dia mais quente do ano, que chegou a registrar 33,7ºC durante a tarde, Curitiba viveu uma noite de chuva forte e alagamentos. Várias ruas do centro e de bairros próximos se tornaram intransitáveis para carros. Em alguns pontos, como na Praça da Espanha e na Praça Osório, a água fez boiar os carros que estavam estacionados. A Linha Verde, na altura do Hauer, também se tornou intransponível.

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Na esquina das avenidas Vicen­te Machado e Visconde de Nácar, um cenário surreal: a chuva fez os carros boiarem e baterem uns contra os outros. Mesmo depois que a água começou a baixar, três veículos ficaram atravessados no meio da rua, impedindo o tráfego.

A Copel informou que 170 mil casas ficaram sem luz durante a noite em Curitiba, na região metropolitana e em municípios do litoral. Só em Curitiba, foram 120 mil residências sem luz.

A empresa afirmou que essa foi a maior ocorrência do ano até agora. Pelo número de chamados, os técnicos estavam demorando para conseguir restabelecer a iluminação em alguns pontos. Na maior parte dos casos, segundo a companhia, o restabelecimento levou de uma hora a uma hora e meia.

A Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) informou que tinha 30 agentes na rua para tentar orientar os motoristas, especialmente nos pontos em que a enchente se tornou mais crítica. Na região da Ébano Pereira e da Carlos de Carvalho, alguns trechos ficaram interditados. Na Visconde de Nácar, perto da Carlos de Carvalho, um ônibus biarticulado quebrou e teve de parar. Outros ônibus tiveram problemas semelhantes na cidade.

A Defesa Civil havia recebido até as 22 horas pelo menos 30 chamadas de alagamentos na capital. Moradores dos bairros Pilarzinho e Osternack foram alguns dos mais atingidos pelo temporal. Os pontos da cidade onde há rios foram os mais castigados. Na região da PUCPR, por exemplo, o Rio Belém transbordou.

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Perto do câmpus da Universi­dade Tuiuti do Paraná, em Santa Felicidade, uma árvore caiu na Rua Tobias de Macedo Jr., impedindo a passagem de carros. Outra queda de árvore foi registrada na esquina da Rua Carlos Klemtz com a Gene­ral Potiguara. O trânsito ficou interrompido. Foram feitos desvios, orientados por agentes da Diretran.

Na vila Ulisses Guimarães, no bairro Pinheirinho, cerca de 20 famílias não sabiam onde iam passar a noite. Segundo a presidente da associação de moradores da comunidade, Rosângela dos Santos Pereira, a chuva inundou as casas e os moradores ficaram com água até o joelho. "Perderam carro, colchão, geladeira. Não tiraram nada", diz Rosângela.

Segundo o meteorologista Sa­­muel Braun, do Instituto Tecno­lógico Simepar, uma frente fria vinda de Santa Catarina chegou a Curitiba e encontrou um ambiente muito quente, resultando em pancadas de chuva. Entre as 20h e as 22h30, choveu 123,8 milímetros. A média para todo o mês de novembro na capital é de 125 mm. Para Braun, é difícil uma cidade estar preparada para essa quantidade de chuva. "Iria causar transtorno em qualquer outra cidade", diz. Hoje, há possibilidade de novos temporais, conforme o Simepar.

Campos Gerais

A região dos Campos Gerais foi novamente alvo de tempestades na tarde de ontem. Chuva e ventos isolados arrancaram telhas de dez residências no Jardim Paraíso, periferia de Ponta Grossa. Na mesma região, no bairro de Uvaranas, uma árvore caiu sobre o muro de uma casa e outra caiu sobre a Avenida Carlos Cavalcanti, uma das mais movimentadas da cidade.

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A Copel foi acionada para retirar os galhos, que ficaram sobre a rede elétrica. Telêmaco Borba enfrentou ventos fortes que destelharam parcialmente oito casas, onde o Corpo de Bombeiros distribuiu lonas para cobertura. A chuva intensa foi acompanhada de uma tempestade de raios e a cidade ficou por um curto período sem energia elétrica, restabelecida no fim da tarde.