Uma antiga estação de tratamento de esgoto vem causando transtornos e preocupação a moradores do Conjunto Bracatinga, no bairro do Pilarzinho, zona norte de Curitiba. As instalações estão depredadas e os reservatórios acumulam água parada, possibilitando a proliferação de mosquitos como o Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue.
Moradores reclamam também do mau cheiro e do risco para a segurança das pessoas. A estação fica próxima a um playground e um campo de futebol de areia, locais freqüentados por crianças da região. "É um perigo", diz o artista plástico Célio Borba. "O local nem tem mais portão, pois tudo foi depredado e roubado."
A dona de casa Izilda Maria Alves dos Santos defende medidas urgentes, antes que ocorra alguma tragédia nos poços existentes no local. "Se cair alguém aí dentro, um abraço", alerta. Segundo seu marido, o cobrador de ônibus Olívio Maciel dos Santos, a região está sujeita também a alagamentos, já que a última obra de drenagem foi feita durante a administração do ex-prefeito Rafael Greca.
A administradora Rose Santos, filha do casal, denuncia a existência de mais um possível criadouro do mosquito da dengue em outro terreno da região. "No fundo, passava um rio que foi desviado. Ficou a água parada no local", reclama.
A Sanepar explica que as obras de remoção total das instalações estão em processo de licitação. O início dos trabalhos está previsto para o fim de dezembro ou começo de janeiro. Antes disso, a empresa promete levar caminhões de terra ao local para aterrar todos os possíveis focos de mosquitos.
Segundo a Sanepar, a estação era do tipo reator anaeróbico de lodo fluidizado, tratamento que dispensa o consumo de energia elétrica. As instalações foram desativadas em maio deste ano.
Há alguns anos, funcionou na estação uma usina que produzia gás natural a partir do esgoto. O produto era distribuído às casas do bairro por uma tubulação. A experiência durou apenas um mês, mas sua retomada em outras estações de tratamento está em estudos.