A solução para a estiagem que atinge Curitiba e região desde novembro deve chegar nos próximos 30 dias. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, a previsão é de que setembro siga a média histórica de chuvas, que é de 160 milímetros. O volume é praticamente 4,5 vezes o total registrado em agosto, quando foram medidos apenas 36 milímetros menos da metade da média histórica de 80 milímetros no mês.
"Esperamos que as chuvas retornem aos seus padrões normais, mas só isso não vai fazer com que o problema do racionamento acabe. Não é só uma chuva grande que resolve, mas sim uma seqüência de chuvas normais", explica o meteorologista do Simepar, Samuel Braun.
O gerente de Produção da Sanepar, Paulo Raffo, segue o mesmo raciocínio. O ideal, explica, é que nos próximos dias ocorram chuvas espaçadas de 30 milímetros por 15 dias, no período de 12 horas na região dos mananciais da Serra do Mar, que alimentam as barragens de Piraquara I e Iraí as duas principais da região. Somente assim a situação em Curitiba e região poderia ser regularizada.
Num primeiro momento, a chuva que começou ontem e que deve seguir até amanhã já está colaborando. Ao menos em um quesito. Conforme explica Raffo, o intervalo previsto das chuvas é satisfatório. Chuva nesta condição, espaçada, ajuda a água a se fixar no solo, alimentando as nascentes dos rios de onde o líquido é captado. "A água de enxurrada não é boa, porque ela passa rápido e não dá para aproveitar na captação. O ideal é que a água entre na terra e vá para os mananciais através dos lençóis freáticos", argumenta.
A água que passa pelo solo também é mais limpa. Conforme afirma Raffo, a terra funciona como um filtro natural, que exclui da água as impurezas que vêm com a chuva.
A chuva de ontem ainda foi aquém do necessário. A média no estado, apontou o Instituto Tecnológico Simepar, foi de 10 milímetros. Em Curitiba, o volume chegou próximo a três milímetros. O índice mais alto foi registrado em Guarapuava, na Região Central do Paraná: 13 milímetros.
Desde ontem, as barragens de Piraquara I e Iraí foram fechadas pela Sanepar. A intenção é acumular mais água nos reservatórios, que, juntos, estão operando com apenas 29% da capacidade. Ambos são responsáveis pelo abastecimento de 1,8 milhão de pessoas em Curitiba e região.