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Impedir a propagação da aids e voltar a reduzir a mortalidade materna. Esses são os principais desafios do Paraná para alcançar as "Oito Metas do Milênio" definidas pela "Declaração do Milênio", aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2000 e assinada pelo Brasil e outros 191 países-membros. Os dados são do Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), programa apoiado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que busca informações para orientar a campanha de incentivo às metas "Nós Podemos, Paraná".

Após a desacelaração de novos casos de aids entre 1997 e 2001, altas taxas de crescimento voltaram a ser observadas entre os anos de 2002 e 2003. E diferente do que se viu na década de 90, a doença, que estava restrita aos grandes centros, começou a ganhar todo o estado, inclusive em localidades rurais. Entre 2002 e 2004, novos casos foram registrados em 74% dos municípios paranaenses, sendo que, em 25 deles, mais de 50 pessoas foram infectadas.

A mortalidade materna também se caracteriza por um retrocesso. Depois de apresentar cinco anos consecutivos de queda no índice, o Paraná interrompe a tendência de redução para registrar uma taxa de 69,7 mortes a cada cem mil nascidos, em 2004 contra 40,7 em 2003. De acordo com o relatório do Orbis, a oscilação do indicador demonstra que ele ainda não está controlado e que será preciso um grande esforço para alcançar taxas inferiores a 25 mortes a cada cem mil nascidos vivos, como prevê a meta cinco.

Em relação aos demais objetivos, o Paraná aparenta estar caminhando bem em direção às metas. Mas a coordenadora do Orbis, Luciana Brenner, lembra que o Paraná é cheio de contrastes. O estado já ultrapassou a meta de reduzir pela metade a proporção da população abaixo da linha da pobreza. Entretanto, quando se analisa a situação dos municípios verificam-se enormes distorções regionais. Na Região Central, por exemplo, algumas cidades possuem dois terços dos habitantes vivendo nessas condições. Apenas em 11 municípios do estado a proporção de pessoas extremamente pobres é menor que 15%. "Se formos comparar o Paraná com os outros estados do Sul, nós estamos em piores condições", ressalta.

As diferenças regionais verificadas no Paraná são uma realidade também vivida pelo Brasil, em relação ao alcance das metas. Segundo a professora do Departamento de Economia da Universidade Federal Fluminense, Rosane Mendonça, que em 2005 realizou um estudo sobre as "Metas do Milênio" nos estados, o país também se mostra bem no geral, mas é preciso lembrar que o dado é obtido por meio de uma média entre os estados. De acordo com Rosane, a estrada pega pelo Orbis, de buscar dados regionalizados para orientar grupos que vão discutir como atingir os objetivos, é o caminho certo para alcançar as "Metas do Milênio". A tarefa começou há duas semanas. A intenção agora é concluir até o fim do mês as 17 reuniões, em dez regiões do estado, para criar os grupos.

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