São Paulo - A Air France foi condenada a pagar mais de R$ 2 milhões à família da procuradora do Estado do Rio Marcelle Valpaços Fonseca Lima, morta no acidente do voo 447, que caiu no oceano Atlântico em maio do ano passado. A decisão do juiz Mauro Nicolau Júnior, da 48.ª Vara Cível do Rio, é de ontem, mas ainda cabe recurso. O avião, que fazia a rota Rio-Paris, caiu a cerca de 1,5 mil km de Recife, matando as 228 pessoas a bordo.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, o valor da indenização engloba ainda uma pensão mensal aos pais da vítima por 540 meses, mais indenização por danos morais no valor de R$ 510 mil para os dois irmãos e para os pais da vítima.
"Relevante salientar que a perda de filha e irmã em pleno início de idade adulta, quando a família teria oportunidade de ver e acompanhar o desabrochar de uma nova família e carreira, representa perda irreparável", disse Lima na decisão.
Ao todo, foram resgatados 50 corpos do oceano, sendo que 20 12 homens e oito mulheres eram de brasileiros. O corpo de Marcelle não foi localizado.
"Não fossem suficientes as circunstâncias trágicas em que os fatos ocorreram, a dor dos familiares ainda mais se revela pela impossibilidade de chorar, velar e sepultar seu ente querido mantendo aberta uma ferida para todo o resto de suas vidas" concluiu o juiz.
As caixas-pretas com os registros de voo continuam desaparecidas, e apenas pequenas partes dos destroços do Airbus A330 foram encontradas. A reportagem ainda não conseguiu contato com Air France para comentar a decisão.
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