A Airbus e a Air France deverão comparecer a um tribunal da França no próximo mês, para enfrentar possíveis acusações de homicídio culposo. O motivo é o acidente do voo 447, que caiu no Oceano Atlântico quando viajava do Rio de Janeiro a Paris, matando 228 pessoas em 31 de maio de 2009.

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"A juíza nos disse que ela convocou a Air France e a Airbus para comparecerem em 17 de março, quando elas possivelmente poderão ser acusadas", disse hoje Jean-Baptiste Audousset, que integra uma associação de parentes das vítimas do acidente. "Essa é uma grande decisão, porque sinaliza com um cenário de prováveis acusações e mostra que a juíza tem elementos técnicos suficientes para começar os procedimentos legais", disse o advogado Olivier Morice.

A culpa pelo acidente foi em parte colocada em defeitos nos sensores de velocidade, com a Air France acusada de não dar uma resposta suficientemente rápida a relatos de que os equipamentos poderiam ter defeitos. O anúncio de hoje é feito pouco antes da retomada das buscas pelos destroços da fuselagem do avião, no Oceano Atlântico, que ocorrerão em 20 de março com o uso de um mini submarino alemão.

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Fernanrd Garnault, advogado da Air France, disse que "não existe nada novo no dossiê que explique porque a juíza instrutora está prevendo acusações, quando não existe nenhum relatório novo de especialistas e uma nova busca começará em 20 de março". Nenhuma acusação ainda foi feita no caso, que foi suspenso até que as caixas-pretas do avião sejam encontradas. A terceira busca pelas caixas-pretas do avião, em maio do ano passado, não obteve sucesso.

O voo do Rio a Paris caiu no Oceano Atlântico, a meio caminho entre o Nordeste do Brasil e o Senegal na noite de 31 de maio de 2009, no pior acidente da história da Air France. Todas as 228 pessoas a bordo morreram. Muitos dos mortos eram franceses, brasileiros e alemães. Em dezembro, a Air France recebeu a ordem de pagar US$ 727 mil a parentes de uma família brasileira morta no desastre.

A Air France, por meio de seguradoras, pagou compensações a parentes dos passageiros e da tripulação, mas continua a se defender nos tribunais no Brasil. As informações são da Dow Jones.