Infraero diz que ranhuras na pista começam a ser feitas hoje
A Infraero informou ontem que as ranhuras da pista principal do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para aumentar a aderência das aeronaves no momento do pouso, começarão a ser feitas a partir de hoje. A expectativa é de que a obra dure 20 dias, porque uma força-tarefa vai ser empregada para executar o serviço. Normalmente, segundo a Infraero, seria necessário o dobro do tempo. O trabalho será executado durante a noite, para não atrapalhar as operações da pista auxiliar.
Washington O Airbus da TAM que sofreu um acidente na última terça, em São Paulo, bateu no prédio da TAM Express a 175 km/h para em seguida explodir. Essa informação faz parte dos primeiros dados retirados da caixa-preta pela National Transportation Safety Board (NTSB), em Washington, nos Estados Unidos. A informação foi repassada pelos deputados Marco Maia (PT- RS) e Efraim Filho (DEM-PB), que acompanham os trabalhos da NTSB. Diferentemente de segunda-feira, os parlamentares evitaram comentar o significado desse dado perante a investigação se ele indicaria que o piloto tentou frear a aeronave em vez de arremeter, por exemplo. De acordo com os deputados, no momento em que tocou a pista o avião estava entre 240 km/h e 222 km/h. Na hora em que bateu no prédio da TAM Express, estava a 175 km/h.
Ontem, o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Jorge Kersul Filho, disse que a aeronave pousou em Congonhas (SP) dentro da velocidade prevista normalmente pela Aeronáutica. Ele confirmou que ela estava a 175 km/h no momento da colisão. "Eu disse que ele bateu a 175 km/h. A informação que eu tenho, e não tenho medo de dizer, é que ela estava dentro dos padrões para aproximação e pouso. A aeronave colidiu com caixa de concreto na lateral da pista, e depois bateu em coluna", afirmou.
Sem informação
Kersul Filho disse também que a Aeronáutica não vai tornar públicas as causas do acidente com o Airbus da TAM nem o conteúdo das gravações da caixa-preta da aeronave durante as investigações. "Não vamos dizer a causa porque nenhum acidente advém de um único fator. Os dados não serão divulgados porque fazem parte da investigação", enfatizou.
Segundo o brigadeiro, a legislação brasileira determina que as informações sobre a caixa-preta sejam restritas à CPI do Apagão Aéreo e à comissão que investiga as causas do acidente. "Quando somos obrigados a entregar parte das investigações, estamos colocando a pessoa que nos deu as informações produzindo provas contra ela mesma", argumentou. Kersul acredita que a transcrição dos diálogos dos pilotos no momento do acidente, após a análise da caixa-preta nos Estados Unidos, chegarão ao Brasil na próxima sexta-feira.
O chefe do Cenipa estima que as investigações da Aeronáutica sobre o acidente com o avião da TAM estejam concluídas em dez meses. "Temos a esperança de terminar a investigação desse acidente em prazo um pouco menor. Estimamos que o relatório final da investigação seja de dez meses, o que na nossa visão está dentro de um prazo razoável", afirmou.
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