Alan Pauls e Maria Rita Kehl protagonizaram uma discussão interessante em torno do romance O Passado, que o autor argentino lançou durante a 5.ª Flip, falando sobre o amor doentio de uma mulher (Sofia) por um homem (Rímini) ao longo de duas décadas.
Maria Rita lançou algumas perguntas interessantes acerca da sexualidade retratada na narrativa. Pauls teria pudores em descrever cenas de sexo entre o casal principal, apaixonado, em contraponto à obscenidade e ao modo explícito com que relata o sexo vivido pelos personagens fora da relação. Para Pauls, existem dois tipos de literatura possíveis. Um francamente sexual, gráfico em seus detalhes; e outro que não chega sequer a tocar no assunto. "Não tolero histórias em que o autor usa artifícios para mostrar que os personagens estão fazendo amor", disse.
Antes de O Passado, o argentino escreveu Wasabi e Os Pudores do Pornógrafo, o tema não é estranho a sua obra. Ele explicou que procura tratar as cenas eróticas de suas histórias de maneira cirúrgica. "Sou como o médico que abre uma pessoa e diz Que fígado lindo!", brincou.
(IN)
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