São Paulo – O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse ontem que, se eleito, vai controlar todas as emendas ao Orçamento da União apresentadas por parlamentares. O candidato tucano criticou o governo federal devido ao escândalo da compra superfaturada de ambulâncias revelada na "Operação Sanguessuga", da Polícia Federal.

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Alckmin fez críticas diretas ao papel da Controladoria Geral da União (CGU), órgão responsável pela fiscalização do governo federal. "Você precisa ter instrumentos não só para apurar o que aconteceu, mas para prevenir", afirmou o candidato, ao citar como exemplo o processo de pregão eletrônico utilizado pelo governo paulista. "Se a CGU fosse eficiente não estaria acontecendo o que está acontecendo hoje", disse ele, numa referência ao escândalo dos sanguessugas.

Farra fiscal

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O tucano aproveitou, também, para acusar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de promover "farra fiscal", por conta da proximidade das eleições deste ano. Segundo Alckmin, a maior demonstração desta farra está no fato de o presidente da República querer conceder reajustes salariais aos servidores públicos em índices, em alguns casos, de cerca de 100%.

"Por que não deram o reajuste aos servidores no ano passado? Deixaram para este ano, que é eleitoral. Em São Paulo, enquanto fui governador, demos reajustes aos servidores no ano passado e no retrasado, para não ter farra fiscal este ano.".

De acordo com o candidato do PSDB, o presidente deveria respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, e não se queixar desta lei, como Lula fez na semana passada, ao reclamar que prefeituras endividadas não podem receber recursos da União por causa da legislação fiscal. "Se com a Lei de Responsabilidade Fiscal, tem essa farra, imagina se não tivesse a lei. Sou totalmente favorável à lei de responsabilidade fiscal", afirmou.

Programas sociais

O tucano disse que deve manter os programas sociais do presidente Lula. "Nós vamos manter (os programas sociais), até porque eles começaram conosco. Agora, não é possível que você vai resolver os problemas do país com Bolsa", disse ele, em uma referência ao programa Bolsa-Família, um dos principais carros-chefes do governo federal.

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Para Alckmin, os problemas do país serão resolvidos com a criação de empregos. O candidato criticou o baixo crescimento do país, que segundo ele, é causado pela redução no investimento na economia.

"O Brasil cresceu muito menos que a média mundial. Alguma coisa está errada para o Brasil crescer menos que o Uruguai, crescer menos que o Paraguai", afirmou.

Alckmin disse ainda que vai manter o regime de metas de inflação e o sistema de câmbio flutuante, mas que é preciso aumentar o ritmo de queda dos juros.