Brasília – O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, acusou ontem o petista de fazer "uso despudorado da máquina pública" para se reeleger e classificou de "contaminadas" as relações do governo com o Congresso. "Eles (governo Lula] são abusados, essa é a verdade, e não aprenderam com a crise. Para eles, os fins justificam os meios, e o fim agora é o poder, no caso, continuar no poder", afirmou.

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Segundo ele, há "promiscuidade" na coincidência da liberação de recursos para os estados com a agenda de viagens do presidente. "O governo libera recursos na véspera de o presidente visitar um estado, quer dizer que o governo da República está trabalhando em função das viagens do candidato? É uma promiscuidade que não pode ser tolerada", afirmou o tucano.

Constituinte

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Alckmin criticou também a proposta de Lula de convocar uma Assembléia Nacional Constituinte para aprovar uma Reforma Política. "Não vejo nem pé nem cabeça esta proposta", disse. Para ele, a reforma política poderia ser feita pelo próprio Congresso em torno de alguns itens, sendo o mais prioritário a fidelidade partidária.

O comando político da campanha decidiu investir ontem no Rio de Janeiro, onde o desempenho de Alckmin está fraco. Na tentativa de obter uma manifestação de apoio do candidato do PMDB ao governo estadual, o senador Sergio Cabral, que está na frente das pesquisas de intenção de voto, o deputado Moreira Franco (PMDB-RJ), que não disputará a reeleição, passará agora a integrar o núcleo de coordenadores da campanha.

O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), que se reuniu também com Alckmin, disse que seu partido não se oporá a uma declaração de voto de apoio ao tucano de Cabral. Só não aceita um apoio político que signifique compromisso em torno da governabilidade do estado. "Isso resultaria compromisso com Anthony Garotinho e em adotar práticas no governo que não vamos concordar", disse.