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Eleições 2006

Alckmin, o garoto culto, politizado e religioso

Pindamonhagaba, SP – Paial era daqueles meninos quietos, de que as professoras gostam. Boas notas, português correto. O apelido surgiu sem querer, tentativa da irmã Mimi de chamá-lo de "palhacinho". Pegou. Na escola, Geraldo Alckmin era Geraldinho, Paial, o filho do Dr. Geraldo, um veterinário conhecido por ser culto, politizado e muito religioso. Órfão de mãe ainda criança, Alckmin levou para a escola os traços da personalidade reservada do pai, dizem seus amigos.

"Quando eu era bebê, a Mimi não conseguia falar palhaço e falava "paial", daí ficou", conta Alckmin, mostrando, orgulhoso, uma carta do pai, com muitas referências religiosas e endereçada a um Paial já adulto.

Como o Externato São José, de ensino privado, era dirigido por religiosas vindas da Alemanha, rígidas, não poderia ser diferente. Lá estudou do 1.º ao 4.º. ano primário. Concluiu o segundo grau em escola pública, ainda em Pindamonhangaba. Segundo colegas e professores do ex-governador, as crianças eram tranqüilas, amigas e obedientes. No máximo um ou outro "momento de indisciplina", nas palavras da irmã Cecília, a professora mais antiga da ordem franciscana responsável pela escola.

"Até os 16 anos morei na zona rural. Ia de bicicleta para o externato. Depois, ia de Leonette (uma pequena moto) para o colégio", lembra o ex-governador, que guarda poucas fotos da infância: " Minha família era humilde e na minha casa nunca teve máquina fotográfica".

Embora fosse quieto, falasse baixo, Alckmin adorava contar histórias, característica que levou para a vida adulta. No pátio, as brincadeiras de cidade do interior eram bem simples: pega-pega e "boizinho", quando alguns meninos fingiam ser bois e outros tentavam laçá-los com cordões. Em casa, brincava de cavalinho de pau e, ironicamente, "cavalinho de chuchu". "Você pega o chuchu, enfia quatro palitinhos e finge que é um cavalo", explica Mimi, Maria Aparecida Alckmin Penteado, irmã do ex-governador.

Para o ex-governador, a memória dos tempos do externato tem gosto de "fruta no pé": "A melhor lembrança daquela época são as mangueiras do pátio da escola. Sabe manga-espada? Então, eram as mangas do externato e, depois da aula, a jabuticabeira da minha avó, aquela jabuticaba de casca fina. Uma delícia".

Os amigos contam que a diversão da tarde era jogar futebol no campinho. "Eu era ruim de bola, mas sempre gostei de futebol. Era bom em xadrez, mas isso já na faculdade. Meu pai era professor de xadrez, um enxadrista de primeira", diz Alckmin.

De perfil mais reservado, Alckmin não deu mostras na infância de que seguiria a carreira política. Aos 14 anos disse a um amigo: "Quero ser diplomata". Não foi. Aos 19, concorreu a vereador. Conciliou os estudos e a medicina com a política. No ginásio era bom aluno em química e português, contam seus colegas.

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