São Paulo A menos de uma semana das eleições, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin retomou o estilo que o marcou no final do primeiro turno. O tucano afirmou ontem que a corrupção no Brasil é comandada de dentro do Palácio do Planalto e que seu adversário, o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não tem compromisso com a verdade. "Não posso imaginar que alguém que é presidente da República não tenha o menor compromisso com a verdade. É um governo em que a corrupção é comandada de dentro do palácio e ninguém vê", disse o tucano em entrevista ao programa "Roda Viva", exibido ontem à noite.
O presidenciável tucano admitiu ter ficado "surpreso" com a boataria espalhada pelo próprio Lula e pelo PT de que, se eleito o tucano acabaria com o Bolsa Família e privatizaria empresas estatais. Alckmin falou em "jogo sujo, mentira e falsidade". "O próprio Lula falou, em entrevista gravada, que eu ia privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, os Correios e a Petrobrás. Que eu ia acabar com a Bolsa Família e com a Zona Franca de Manaus. É mentira, mentira, mentira."
Alckmin voltou a comentar os escândalos de corrupção do governo de seu oponente e anotou que o que veio à tona até agora é apenas "a ponta da iceberg". O tucano também salientou a má qualidade da gestão do governo do PT. E ironizou: "Se quiserem, a gente assume o governo. Eles não têm competência para governar".
Pesquisas
Apesar da desvantagem nas pesquisas, Alckmin demonstrou convicção de que a eleição ainda não está decidida. Resultado à parte, disse que o PT não pode esperar da oposição trégua com em relação à impunidade. "Querer que a oposição seja conivente com a impunidade, não. Aí não pode."
O tucano disse que espera que a Polícia Federal esclareça até o próximo domingo a origem do R$ 1,75 milhão apreendidos com petistas para compra de um dossiê contra tucanos. Para Alckmin, o governo dificulta a ação da PF e dá um "péssimo exemplo" ao país ao deixar que a eleição aconteça sem o esclarecimento do caso.
Pela manhã, Alckmin fez campanha no Rio e não convidou seu principal apoiador no estado, o ex-governador Anthony Garotinho, para a agenda política que cumpriu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (região metropolitana). Alckmin esteve em Duque de Caxias acompanhado do ex-prefeito Zito (deputado estadual eleito mais votado) e do deputado federal Eduardo Paes (PSDB).