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Norte Pioneiro

Aldeia indígena fica 16 dias sem água potável

Mulheres  tiveram que pegar água em uma lagoa usada pelos animais | Antônio de Picolli
Mulheres tiveram que pegar água em uma lagoa usada pelos animais (Foto: Antônio de Picolli)

Os 170 índios da etnia tupi-guarani que vivem na Aldeia Indígena Pinhalzinho, entre os municípios de Tomazina e Guapirama, no Norte Pioneiro do Paraná, ficaram 16 dias sem água potável depois que a bomba do único poço artesiano que abastece a comunidade queimou. Nesse período, os índios tiveram de consumir água da chuva e de uma pequena lagoa que serve de bebedouro para animais. O fornecimento na aldeia só foi restabelecido na noite de quarta-feira. O cacique da tribo, Sebastião Mário Alves, conta que a comunidade teve que racionar a água porque havia risco de secar o reservatório improvisado. Segundo o líder indígena, sem água potável, as mulheres da aldeia tiveram de captar e armazenar em baldes e tambores improvisados a água turva e barrenta da represa, que depois foi usada para cozinhar e matar a sede das crianças. Nesse período, pelo menos cinco crianças tiveram diarreia e vômito, sintomas típicos do consumo de água sem tratamento. Índios adultos também apresentaram problemas na pele como escabiose (sarna) por causa da falta de banho. A falta de água potável levou ainda à suspensão das aulas para 32 alunos da Escola Indígena Yvy Porã, que fica dentro da aldeia. Alves explica que não foi a primeira vez que a aldeia ficou sem água, mas foi o mais longo período com as torneiras secas.

Na última terça-feira, uma equipe formada por técnicos de uma empresa terceirizada contratada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão ligado ao Ministério da Saúde, esteve na aldeia para fazer a troca da bomba. Os especialistas encontraram areia em excesso no fundo do poço. O material provocava a sobrecarga da bomba, que queimava com frequência causando as interrupções no abastecimento.

Moacir Antunes, chefe do Serviço de Edificações e Sanea­mento Ambiental da Sesai, justificou a demora em atender a aldeia. Segundo ele, a burocracia impede a rapidez nestes casos. Para solucionar o problema a secretaria teve que abrir um processo licitatório e obedecer a todos os prazos para adquirir a nova bomba. O equipamento custou pouco mais de R$ 5 mil.

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