São Miguel do Iguaçu Pelo menos sete índios (duas crianças e cinco adultos) da aldeia Santa Rosa do Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, no Extremo-Oeste do estado, estão com malária. O primeiro caso foi registrado há duas semanas depois do contato de uma família da aldeia com índios da região de Puerto Iguazú, na Argentina, vizinha a Foz do Iguaçu, onde outros 40 casos de malária já foram registrados neste ano.
Segundo a diretora de Saúde do município, Maria Elisabete Borba, se não houver a confirmação de mais casos até sexta-feira, estará eliminado qualquer risco de epidemia na tribo Avá-Guarani. "No ano passado, não tivemos nenhuma notificação. A última incidência alarmante aconteceu em 2003, mas nada que se compare a esta situação, que já está sob controle", tranqüilizou.
Depois de passar uma temporada na aldeia argentina, um bebê foi o primeiro a apresentar os sintomas e a desenvolver a doença transmitida pela fêmea do mosquito da espécie Anopheles. A malária é típica de regiões tropicais e subtropicais, de clima úmido e quente, como onde as tribos da fronteira estão instaladas. Entre os dias 14 e 19 deste mês, mais seis índios num raio de 300 metros da casa da criança contraíram a doença.
A fim de evitar a proliferação, técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), da Secretaria Municipal de Saúde e agentes indígenas de saúde fizeram um trabalho de conscientização, distribuíram remédios aos doentes, promoveram a separação dos doentes e providenciaram a borrifação de veneno para acabar com os focos do mosquito, comuns à beira de lagos e rios. Santa Rosa do Ocoí ocupa uma área às margens do reservatório do lago de Itaipu.
A própria característica de constantes mudanças e períodos que passam em outras aldeias dificulta o controle total da doença. Os índios da tríplice fronteira costumam transitar entre as reservas paraguaias, argentinas e brasileiras mais próximas como a de São Miguel do Iguaçu, Diamante do Oeste e Laranjeiras do Sul. "Não há como evitar completamente o contágio por conta desta migração, mas trabalhamos com o reforço preventivo e na orientação", frisa a diretora.
Todas as pessoas que chegam ou saem da aldeia estão passando por exames de sangue e são alertadas sobre os riscos de contaminação. "A estratégia é evitar que novos casos sejam trazidos à aldeia ou que a doença seja levada a outras regiões. Além disso, notificada uma nova suspeita, o procedimento de bloqueio é repetido, mesmo antes da confirmação."
"Sempre orientamos que todos que vêm para a aldeia passem pelo posto de saúde, assim a gente pode evitar qualquer doença. Se um pega pode passar para outros 20", comentou o vice-cacique Natalino de Almeida Peres. Entre os sintomas da malária estão febre, dor de cabeça e no corpo, e cansaço físico e mental. A manifestação é muito semelhante à dengue. No entanto, a temperatura corporal se eleva mais na doença transmitida pelo Anopheles.
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