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Caso Edygleison

Alegria e disposição na volta para casa

Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas (Foto: Arquivo Gazeta do Povo)

Umuarama – A alegria de voltar para casa foi maior do que o cansaço da viagem e da bateria de exames que o garoto Edygleison Martins dos Santos, de 3 anos, enfrentou nos últimos dias. Poucas horas depois de chegar à casa dos pais, em Umuarama, no Noroeste do estado, na madrugada de sexta-feira passada, o menino já estava em pé, pronto para um dia de brincadeiras e reencontros.

Agitado e bem disposto, Edygleison só sossegava para assistir desenho animado na televisão ou ouvir músicas infantis em inglês no celular do pai, Roberson Tavares dos Santos. No quarto preparado especialmente para recebê-lo, cada brinquedo ganhou um pouco de atenção no primeiro dia em casa.

O menino passou os últimos dois anos e nove meses na Inglaterra, de onde chegou na semana passada, depois de 12 meses de uma discussão na Justiça para permitir que ele viajasse de volta ao Brasil e reencontrasse os pais. Em setembro do ano passado, o garoto foi internado num hospital da cidade inglesa de Grymsbi, com os sintomas da Síndrome de Wiscott Aldrich. As manchas roxas e avermelhadas na pele levantaram suspeitas de maus-tratos. Os pais foram afastados e, em situação irregular, voltaram para o Brasil. Quando a doença foi confirmada, o governo inglês exigiu garantias de que ele receberia tratamento aqui para liberar o menino. Edygleison chegou a viver sob custódia de outra família, mas há três meses, o tio e a avó paterna, que moram na Inglaterra, recuperaram a guarda do menino e a viagem foi autorizada.

Na volta para casa e no reencontro com os pais, Edygleison não mostrou dificuldade para readaptação. Para se comunicar, usa tanto o inglês como o português. Quando não conhece a palavra em uma língua, responde em outra. O pai conta que durante os exames no Hospital de Clínicas, em Curitiba, ele só falava "stop", pedindo para parar a aplicação de medicamentos. "É uma questão de dias para ele voltar a falar português."

Edygleison tem compromisso marcado para o próximo dia 9. O aniversário de 4 anos será comemorado com um churrasco para a família. Com restrições alimentares por causa da doença, os tradicionais docinhos da festinha serão substituídos por carne vermelha e salada. Edygleison não pode consumir temperos fortes, leite comum, doces, frango ou peixe. "Temos muitas opções para alimentá-lo e vamos mantê-lo saudável", disse o pai.

Reencontro

Além de curtir a casa, o quarto e os brinquedos novos e antigos, Edygleison ainda pode reencontrar a mãe biológica, Rosineide Martins Penha. O menino viveu com Rosineide até os 2 meses de idade, quando a mãe concordou em entregá-lo ao pai por não ter condições de sustentá-lo. Na época, ela trabalhava como empregada doméstica em Xambrê, a 20 quilômetros de Umuarama. Santos assumiu o garoto junto com a namorada, Flávia Aline, com quem se casou seis meses depois.

Até encontrar um doador compatível, o menino precisa receber medicamentos para evitar infecções, já que a síndrome afeta a resistência do organismo. Uma vez por mês, Edygleison precisa voltar ao Hospital de Clínicas, em Curitiba, para exames e aplicação de hemoglobina e plaquetas. A família pediu à prefeitura ajuda de custo para realizar as viagens, mas ainda não obteve resposta. "Assim como a gente conquistou ele de volta, vamos pedir a Deus para ajudar a conseguir um transplante e dar vida nova a ele", diz o pai.

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