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SÍTIO CERCADO

Além do Jardim do Botânico

Passos com o vendedor de espigas. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Passos com o vendedor de espigas. (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

O VIAJANTE

Luiz Carlos Passos, servidor aposentado, guia de turismo há 16 anos.

Mora no Jardim Weissópolis, em Pinhais, e circula por todas as áreas turísticas de Curitiba, conduzindo turistas.

DESTINO

Rua Izaac Ferreira da Cruz e Museu da Periferia, no Xapinhal.

DISTÂNCIA PERCORRIDA – 17 quilômetros.

POR QUE CONHECER?

A área conhecida como Sítio Cercado data do final do século 19. Mas foi em 1991, com a criação do projeto Bairro Novo, que o Sítio deixou de ser identificado com um imenso pasto. Em pouco mais de 20 anos se fez uma grande periferia, com seus problemas, mas com muitas soluções. O “Sítio” vira sempre notícia, o que é para poucos.

As impressões de Luiz Carlos Passos sobre o Sítio Cercado

Em pouco mais de duas décadas, uma antiga fazenda virou um marco da moradia popular em Curitiba. Hoje o grande bairro tem meia dúzia de ruas comerciais.

+ VÍDEOS

Ao se aposentar, o servidor federal Luiz Carlos Passos fez um curso de Turismo para se distrair. Sonhava ir para a Inglaterra, mas caiu nas graças do setor e acabou descobrindo um “segundo tempo” profissional. Só nos últimos meses de 2014 e primeiros de 2015, fez 40 viagens a Santos (SP), acompanhando passageiros de cruzeiros marítimos. É, por razões de ofício, um curioso. Por isso escolheu o Sítio Cercado para conhecer. Por uma distração, nunca andou por lá. Garante que não vai deixar de contar o que viu.

Vez ou outra alguém lhe pergunta como é a Curitiba que não tem cara de cartão postal. Onde moram os populares. E em que lugares acontece a propalada reciclagem de lixo. Responde sem pestanejar, mas os ônibus de turismo vão aos lugares de sempre – da Ópera de Arame ao Jardim Botânico, com escala no Parque Barigui. Passos pode não conseguir mudar a rota das agências, mas admite que, a quem interessar possa, vai indicar que existe um bairro novo com nome de sítio. Ali tem um sujeito chamado Arnaldo Taborda que vende até 600 espigas de milho num único sábado. Um bom caldo de cana nas esquinas, com “chorinho” dado pelo Deja. E um sem número de lojas tão sortidas quanto as do Centro, sempre apinhadas de gente.

Mais – para surpresa do sujeito viajado, conheceu o Mupe – Museu da Periferia, um puxadinho mantido às expensas da Associação Nossa Senhora Aparecida da Luta. Foi criado por Palmira de Oliveira e Marcelo Rocha. Além de fotos das ocupações que também formaram o bairro, traz os alto-falantes que norteavam os sem-teto e as cordas que usaram para medir os terrenos. Raro que não saia da visita sabendo com quantos paus, metros de lona e organização se faz um arrabalde. (JCF)

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