• Carregando...
Cena do clipe de Alexandre Pires: para ouvidor, gorilas fazem referência ao preconceito racial | Reprodução
Cena do clipe de Alexandre Pires: para ouvidor, gorilas fazem referência ao preconceito racial| Foto: Reprodução

O clipe "Kong", de Alexandre Pires, era para ser mais uma peça de divulgação do trabalho do cantor, com a participação de Mr. Catra e do jogador de futebol Neymar. Mas, ao veicular a imagem de um gorila, o clipe tornou-se alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República em Uberlândia (MG), onde mora o cantor. A suspeita é de discriminação racial.

Assista ao clipe "Kong", de Alexandre Pires

No clipe, homens vestidos de gorilas saem da selva e invadem uma festa, onde, à beira da piscina, se juntam a mulheres de biquíni.

Pires, Catra e Neymar aparecem dançando o refrão "É no pelo do macaco que o bicho vai pegar". Em alguns trechos, eles próprios aparecem vestindo roupas de gorila, sem a máscara.

Segundo o ouvidor nacional da Igualdade Racial, Carlos Alberto Silva Júnior, que fez a denúncia à Procuradoria, o vídeo expõe o negro na "condição de ser inferior", alguém que "não se desenvolveu a ponto de se tornar ser humano".

Para ele, a participação dos "ícones" Pires, Catra e Neymar reforça mais o estereótipo. "Não entendo como ídolos que conseguiram superar suas condições sociais se prestam a um papel desses".

A denúncia chegou à Ouvidoria - órgão vinculado à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência - em fevereiro e foi encaminhada por entidades como o Observatório do Racismo Virtual.

O procedimento foi instaurado em março e Alexandre Pires foi ouvido na última quinta-feira (3) em Uberlândia.

Em nota, a Procuradoria informou que ainda não há nenhum posicionamento sobre o objeto da investigação e que os fatos seguem em apuração. A assessoria de imprensa informou ainda que o procurador responsável pelo caso não iria se pronunciar.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Pires informou que o cantor ou seu advogado falaria sobre o assunto, mas isso não ocorreu até as 16h30 desta terça-feira (8).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]