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O cantor Alexandre Pires disse que se sente "profundamente chocado" com a suspeita de discriminação racial no clipe de divulgação da música "Kong", onde homens negros aparecem vestidos de gorilas. O clipe tem a participação do funkeiro Mr. Catra e do jogador de futebol Neymar.

"Sinto-me profundamente chocado com qualquer leitura racista ou sexista num clipe protagonizado por mim, negro com orgulho da minha cor", disse o cantor, por meio de nota divulgada por sua assessoria.

Nas imagens do clipe "Kong", homens vestidos de gorilas saem da selva e invadem uma festa, onde, à beira da piscina, se juntam a mulheres de biquínis.

Pires, Catra e Neymar aparecem dançando o refrão "É no pelo do macaco que o bicho vai pegar". Em alguns trechos, eles próprios vestem roupas de gorila, sem as máscaras usadas por figurantes.

Pires prestou esclarecimentos na Procuradoria-Geral da República em Uberlândia (MG) na última quinta-feira (3), que apura a suspeita de discriminação racial. A investigação está sendo feita naquela cidade porque é onde mora o cantor.

O procedimento foi instaurado após denúncia encaminhada pela Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, vinculada à Presidência da República.

Para Pires, não se deve "tratar toda e qualquer brincadeira com macacos e gorilas como uma referência a ser apagada da nossa memória".

"King Kong, Chita, Monga. Eram todos personagens com alguma leitura que não a do genuíno entretenimento?", disse, em nota.

O cantor falou ainda que o histórico artístico dele "não deixa dúvida" sobre o respeito ao negro. "A edição deste filme em nenhum momento faz brotar qualquer insinuação similar."

Na terça-feira (8), Mr. Catra disse à reportagem, via assessoria de imprensa, que o uso de gorilas no clipe se tratava de uma "brincadeira". Ele também falou que "não tinha ideia" que o clipe poderia trazer tal repercussão.

A Procuradoria informou que o procedimento ainda não foi concluído e que os fatos estão sendo investigados.

Veja o clipe que gerou tanta polêmica

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