Um alto assessor do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, foi assassinado em sua casa neste domingo (17), de acordo com fontes do governo e de uma estação de televisão local. Jan Mohammad Khan, ex-governador província de Uruzgan, no sul do país, e um aliado-chave do presidente, teria sido morto em um ataque realizado perto do Parlamento, na capital Cabul, de acordo com o canal de notícias Tolo TV. A morte de Khan deve inflamar ainda mais a volátil política da região sul do país, onde os talebans lutam contra tropas lideradas pelos Estados Unidos pelo controle local.
A morte ocorre menos de uma semana depois que o meio-irmão do presidente, Ahmed Wali Karzai, ter sido assassinado por um amigo em casa, na província de Kandahar, berço dos talebans. "Ele (Khan) era muito próximo ao presidente. Era tão importante quanto Ahmed Wali Karzai", disse uma fonte do governo. Como Karzai, Khan veio de uma família poderosa da tribo Popalzai, do sul do país.
Analistas já tinham advertido que a morte de Wali Karzai poderia desencadear uma guerra de territórios pelo controle do sul afegão, o que poderia dar força ao Taleban e reverter as vitórias alcançadas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na região. As mortes vêm em um momento crítico, poucos dias depois de 3 mil soldados canadenses terminarem sua missão de combate em Kandahar e na mesma semana em que Washington começou a retirar suas tropas, um processo gradual que termina no final de 2014.
O processo de entregar a responsabilidade pela segurança do país para os afegãos também começou hoje. A morte de Kahn pode prejudicar essa transferência. Todas as tropas de combate estrangeiras devem deixar o Afeganistão até o final de 2014, cerca de 33 mil soldados norte-americanos sairão até 2012. Há cerca de 150 mil combatentes estrangeiros no país, dos quais 100 mil são dos EUA. As informações são da Dow Jones.