Brasília A eleição do petista Arlindo Chinaglia (SP) para a presidência da Câmara aumentou o preço da conta que os partidos aliados irão apresentar ao governo na reforma ministerial. Os aliados consideram que foram os responsáveis pela eleição do petista e querem ser recompensados por isso.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou a interlocutores que deve promover as mudanças no seu governo ainda neste mês, para evitar que a disputa por cargos provoque ainda mais fissuras na sua base de sustentação no Congresso. As conversas com futuros ministeriáveis já foram iniciadas. Um dos que foram procurados foi o deputado Carlos Wilson (PT-PE), que respondeu pela Infraero no primeiro governo. Os dois deveriam conversar ontem sobre o assunto.
Dependendo da pasta que Lula escolher para Carlos Wilson, os problemas podem começar a surgir. "O PT assumiu as presidências da República e da Câmara. Acho então que o partido já está bastante contemplado. Agora tem que haver um entendimento com os demais partidos que deram a presidência ao PT", disse o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Com a maior bancada na Câmara, que reúne 90 parlamentares, os deputados do PMDB querem indicar dois ministros. O partido cobra quatro pastas. Os nomes mais cotados na Câmara são Geddel Vieira Lima (BA) e Fernando Diniz (MG).
Para Eunício, o fato de ter projetos de interesse primordial para serem aprovados no Congresso como as medidas do Programa de Aceleração do Crescimento fará com que o presidente tenha cautela na montagem do novo Ministério, atendendo todos os aliados.
"O presidente vai saber fazer isso (a reforma). Temos que aprovar muitas coisas importantes. A disputa na base (pela presidência da Câmara) foi um erro, não deveria ter ocorrido, mas foi dentro das regras do jogo e agora é trabalhar para recompor", disse Eunício.