São Paulo Eleitores, políticos aliados e adversários compareceram ao velório do senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), que morreu, aos 79 anos, de falência de órgãos em decorrência de insuficiência cardíaca na manhã de sexta-feira.
Ontem pela manhã, 10 mil pessoas já haviam comparecido ao velório. O sepultamento estava previsto para as 17 h (após o fechamento desta edição), no Cemitério Campo Santo, onde também foi enterrado o filho, Luís Eduardo Magalhães, morto em 1998.
O corpo de ACM chegou na noite de sexta ao Palácio da Aclamação, em Salvador (BA), recebido por palmas e cantos religiosos de cerca de 300 pessoas que aguardavam. Amigos, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP), e adversários, como o governador petista da Bahia, Jaques Wagner, que decretou luto de cinco dias, acompanharam o velório à noite. O neto, deputado ACM Neto (DEM- BA), chorou muito ao lado do caixão e preferiu não dar entrevistas. Todos deixaram o local para retornar ontem.
Noite
Ainda durante a noite de sexta, compareceram o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), Marco Maciel (DEM-PE) e César Borges (DEM-BA), além do presidente do Democratas, Rodrigo Maia (RJ), e Índio Costa (DEM-RJ).
Em nota oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que o vice, José Alencar, iria representá-lo no velório.
A nota lembra que o presidente e ACM estiveram muitas vezes em campos opostos na política. "Mas tenho para mim que a verdadeira democracia é feita de divergências, não de inimizades."
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também prestou homenagem, dizendo que ACM ajudou "decisivamente" seu governo e o país ao viabilizar a aprovação de reformas importantes.
Competência
Afirmou ainda que, "diferentemente dos políticos tradicionais, Antônio Carlos Magalhães tinha preocupação com a eficiência e a competência. Modernizou a Bahia".
A primeira autoridade política a chegar na manhã de ontem foi o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que falou no "fechamento de um ciclo", referindo-se à extensa trajetória do senador, que foi governador da Bahia e mantinha grupo aliado.
Nos últimos meses, o senador tentava evitar o enfraquecimento do grupo principalmente após suas derrotas nas últimas eleições para a prefeitura de Salvador e o governo baiano.
Apesar do silêncio de ACM Neto, herdeiro político, afilhados já falam do futuro do grupo sem o senador baiano.
O chamado "carlismo", na opinião do ex-senador Rodolpho Tourinho (DEM-BA), precisa ser mantido, "não só pelo próprio grupo, mas pela Bahia", disse.
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