Brasília Assim como ocorreu no processo que apurou a denúncia de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria usado recursos do lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, para pagar contas pessoais com a jornalista Mônica Veloso, a novela se repete na escolha do relator do processo que vai investigar se Renan usou laranjas para esconder sociedade em emissoras de rádio em Alagoas. Até agora, o presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), não encontrou um nome de consenso para a relatoria.
Mas o deputado admitiu que vai trabalhar para tentar unificar pelos menos duas das três representações em curso contra Calheiros, na reunião do órgão, amanhã. Na semana passada, Quintanilha tinha se posicionado contra a possibilidade de junção dos processos. Ontem, porém, salientou que a unificação poderá agilizar as investigações.
Vários senadores consultados rejeitaram o convite, assim como no primeiro processo, que teve inicialmente como relator o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que renunciou alegando problemas de saúde, seguido por Wellington Salgado (PMDB-MG), que também desistiu. Para contornar o problema, foi escolhido um trio de senadores Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE).
Diante das negativas e da falta de um nome de consenso, Quintanilha busca uma alternativa para não entregar o caso a senadores da oposição, que pretendem centrar fogo nesta denúncia por considerar que ela possui mais evidências de quebra de decoro parlamentar. Para impedir que o caso pare nas mãos da oposição, Quintanilha está conversando com os líderes dos partidos da base aliada em busca de saída.
A oposição exige a indicação imediata de um relator e já apresentou alguns nomes, como De-móstenes Torres (DEM-GO), mas Quintanilha alega que PSDB e DEM não podem relatar o processo porque são autores da representação.
Líderes
Senadores da oposição excluíram Calheiros da reunião marcada para hoje entre os líderes partidários para discutir as votações da Casa. O DEM e o PSDB ameaçam não participar de nenhuma reunião de líderes com a presença de Renan. No encontro, Renan será representado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), disse que a ausência de Renan mostra o enfraquecimento do peemedebista na Casa. "Quando temos um presidente da Casa não participando de reunião de líderes é um expressão da crise, mostra o clima em que está o Senado", afirmou.
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