ALL tenta impedir criação de linha turística, diz associação

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Jacarezinho – A Associação de Preservação Ferroviária de Jacarezinho (APFJ) acusa a América Latina Logística (ALL) de estar retirando os trilhos do ramal que liga Ourinhos (SP) a Jaguariaíva, na Região dos Campos Gerais. A destruição do ramal, segundo o presidente da associação, João Mendes de Oliveira, já teria atingido 30 quilômetros de trilhos, no trecho entre o distrito de Marques dos Reis, em Jacarezinho, e Joaquim Távora, no Norte Pioneiro. No total, o ramal compreende 218 quilômetros de estrada de ferro, que estão desativados há mais de três anos.

De acordo com Oliveira, a atitude da ALL é ilegal porque a empresa tem a obrigação contratual de fazer a manutenção também dos ramais que não estão sendo utilizados. A preocupação do presidente da associação é que, com a retirada dos trilhos, o projeto Rotas do Café, que prevê a exploração turística da linha férrea, fique inviabilizado. "A ALL nunca apoiou o projeto. Eles nem mesmo nos atenderam, devolvendo o projeto", acusa Oliveira.

A exploração turística da linha só depende da autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A APFJ anunciou que vai procurar hoje o Ministério Público Federal para entrar com um pedido de medida cautelar para impedir a retirada dos trilhos.

Outro lado

Segundo a ALL, os trilhos estão sendo trocados por outros que fazem parte de um ramal diferente. De acordo com a concessionária, os trilhos são de um trecho que está desativado, numa linha secundária que fica dentro do pátio de manobras da empresa. E por estarem em melhor estado de conservação serão trocados pelas peças de um trecho de 1,5 quilômetro, que fica entre Guarapuava e Ponta Grossa, onde o movimento de cargas é maior. A ALL garante ainda que o processo está previsto no contrato de concessão e que nenhum outro ramal está passando por reformas.

A concessionária diz também que a substituição não vai prejudicar a exploração de uma rota turística na região. Conforme a empresa, se o projeto for aprovado pela ANTT, o ramal terá que ser todo reestruturado para suportar o transporte de passageiros.