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MAMOGRAFIA

Alta em exames de mama não reduz mortes por câncer no Paraná

O Paraná avançou na realização mamografia desde a implantação do Programa de Prevenção e Diagnóstico Precoce do Câncer de Mama, no final dos anos 1990. Houve um salto de 10 mil exames para 430 mil em 2014. O dado, entretanto, não reflete que no estado aumentou também o número de mortes provocadas pela doença.

Entre 2009 e 2013, de acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade e divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o aumento foi de 14,8% no Paraná. Para o presidente da regional Paraná da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Vinícius Budel, os dados revelam que a população tem se estagnado em números quantitativos, mas os quase 11 milhões de paranaenses estão envelhecendo, o que resulta em fator de risco para o desenvolvimento do câncer.

“Seguramente teremos mais incidência de câncer de mama quanto mais velha for a nossa população”, diz Budel, que trabalha na área de câncer de mama pela Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa). Para que se chegue ao atendimento mais adequado de acordo com o quadro demográfico do Paraná, é necessário focar os exames em determinadas faixas etárias. “É importante frisar que as mamografias estão sendo feitas em várias idades. Mas a faixa etária em que fazemos questão que seja mais eficaz é de 50 a 70 anos, onde se obtém o melhor resultado.”

Rastreamento

Uma política que está sendo implantada pela Sesa é buscar o público-alvo e avaliar qual o melhor acompanhamento para cada mulher na prevenção de câncer de mama, chamado de rastreamento organizado ou dirigido do paciente. Atualmente, usa-se o rastreamento oportunístico da mulher, quando ela apenas procura uma unidade de saúde para fazer o exame. O objetivo é que os especialistas façam a avaliação e não espere a paciente buscar o exame. Essas mudanças foram debatidas nesta quarta-feira (3) no 18.º Congresso Brasileiro de Mastologia, em Curitiba.

O presidente da SBM acredita que esse tipo de rastreamento pode aumentar o número de exames de câncer de mama entre mulheres de baixa escolaridade, baixa renda e que vivem em lugares mais afastados dos centros urbanos. As mulheres desse perfil fazem três vezes menos exames do que aquelas com melhores condições socioeconômicas. “Ao passo que se nós fizéssemos um rastreamento organizado, sabendo o fator de risco, seja em qual área que ela [paciente] more ou a escolaridade, ela seria mais beneficiada nesse sistema”, explica.

A Sesa deve iniciar a capacitação de profissionais nas regionais de saúde do estado para mudar essa abordagem da doença. A secretaria informou que também foca a prevenção contra o câncer com campanhas do outubro rosa.

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