Motoristas e comerciantes ouvidos a respeito do novo binário implantado em Curitiba aprovam a mudança, mas dão uma sugestão: é preciso criar estacionamento ao longo da via. O proprietário de uma banca na Nilo Peçanha, Marcilio Ferreira, há 25 anos no mesmo ponto, acredita que o trânsito tende a melhorar para os carros, mas também cobra por "semáforos que deem tempo para o pedestre passar". A mulher dele, Marlete, concorda: "Há muitas escolas por perto, é preciso tomar cuidado".

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O transportador Osvaldo Tanjoni confia que a segurança irá aumentar. Atualmente ele coleta material para uma transportadora bem em frente do Cemitério Municipal e acredita que será mais rápido e seguro atravessar a via com um só sentido. "Mas tem de ter lugar para estacionar, senão nós e as empresas saímos perdendo."A Urbs afirmou que as vagas na Nilo Peçanha continuarão permitidas à esquerda da via, como é feito atualmente.

Para o professor Eduardo Ratton, o binário sempre deve levar em conta um espaço para o estacionamento, que deve ser criado em apenas um dos lados. "O ideal é que a rua tenha em torno de 11 metros de largura. São duas faixas de 3,5 metros para os carros e 2,5 metros para o estacionamento. Se você tira o estacionamento, você cria outros problemas, como aquele que vemos hoje na Brigadeiro Franco com a Desembargador Mota. Os comerciantes reclamam e os moradores também".

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Vagas limitadas

O lado negativo da proibição já é sentido por quem circula no local: se ali é proibido estacionar, a tendência é que os motoristas rodem mais nas ruas próximas, aumentando o fluxo na região. Uma alternativa seriam os estacionamentos subterrâneos, mas essa é uma solução que ainda encontra resistência. "Falta criatividade. Infelizmente o poder público pensa em soluções imediatistas, que têm efeito limitado", afirma Ratton.

A gestora da Urbs, Guacira Civolani, diz que a reclamação dos lojistas não se justifica. "Os comerciantes próximos ao binário da Brigadeiro Franco, por exemplo, têm comércio de pequeno porte para atender a região, ou seja, moradores, que não precisam de carro para fazer as compras. No caso de ele ser de grande porte e atender outras regiões, deve providenciar estacionamento dentro do lote."