O gerente de marketing Fernando Cardozo, 26 anos, entrou no novo ônibus da linha Ligeirão Boqueirão com a satisfação de quem ganhara um presente. "Tem um gosto especial entrar em um ônibus limpo e sem riscos. Poderiam até ter instalado câmeras para ajudar na conservação", sugere.
Fernando conheceu o Azulão, apelido dado ao novo biarticulado, logo na estreia, no dia 16. Mas foi na segunda-feira passada o primeiro dia útil do maior ônibus do mundo que Fernando pôde averiguar se tal gigantismo é capaz de suportar a demanda crescente por transporte público em Curitiba. "Não chegou a ficar lotado, diferente da linha regular do Boqueirão", compara.
Morador de São José dos Pinhais, Fernando tornou-se usuário regular da linha há três meses, quando vendeu a moto que usava para ir ao trabalho. "Tinha comprado a moto justamente para ter mais liberdade, mas o que aconteceu foi o oposto. O trânsito da cidade se tornou uma fonte de estresse, então tive que fazer alguma coisa para tirar esse peso das minhas costas", relaciona.
Atualmente, ele alterna entre ônibus e bicicleta para percorrer os 28 quilômetros diários, somandos ida e volta. O uso da bicicleta está incluso em uma rotina de exercícios físicos que inclui também corrida e ioga. "No transporte coletivo, acabo dividindo a emissão de gases poluentes com centenas de outras pessoas, o que gera um impacto menos agressivo ao meio ambiente. E a bicicleta, além de não gerar impacto nenhum, ainda faz bem ao corpo."