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Mobilidade

Aluguel de bikes a meio caminho de voltar

Rafael Medeiros, Luiz Eduardo Scheinkmann e Lucas Nery, sócios da Bicicletaria.net: nova proposta prevê 210 bikes | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Rafael Medeiros, Luiz Eduardo Scheinkmann e Lucas Nery, sócios da Bicicletaria.net: nova proposta prevê 210 bikes (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

O sistema de bikesharing em Curitiba pode voltar. Depois de paralisar as operações em agosto por causa do déficit financeiro, a empresa Bicicletaria.net apresentou uma proposta de mudança no sistema operacional do aluguel das magrelas, que passa a ser automatizado. Para o projeto vingar, há dois obstáculos a serem superados. O primeiro é a aprovação da Urbs, que licitou o sistema e está analisando a validade da proposta em seu departamento jurídico. O outro é encontrar um patrocinador, que ajude a implementar o projeto.

"Cumprimos rigorosamente o contrato, mas não havia retorno. Isso acabou dando legitimidade para apresentar uma proposta que não dependa apenas do usuário para dar lucro", argumenta Rafael Milani Medeiros, diretor comercial da Bicicletaria.net. Com a nova proposta, a frota de bicicletas aumenta em dez vezes: das atuais 21, a capital passaria a ter 210 bicicletas e dez estações automatizadas, que operariam todos os dias, 24 horas.

E a Bicicletaria.net não está sozinha nessa empreitada. A empresa é parceira da Public Bike System Company (PBSC) e pode comercializar, implantar e operar seus equipamentos e softwares no Brasil (veja detalhes no box). A PBSC opera em 15 cidades em todo o mundo, com frota de mais de 20 mil bicicletas. Entre os cases mais conhecidos estão o projeto Bixi, em Montreal, no Canadá, e o Citi Bike Nyc, de Nova York. "Construir uma parceria para gestão e área técnica com uma empresa que não coloca equipamentos em qualquer cidade agrega confiabilidade para a nossa marca", afirma Medeiros.

Parceria

Para conseguir implantar esse sistema em Curitiba, a empresa precisa de um parceiro. Só o custo de implantação – contando a compra e importação das bicicletas e estações de ancoragem – sai por R$ 3,15 milhões. Já a manutenção anual desse sistema – com estrutura de softwares, licenciamento, equipe e até um call center multilíngue – sairia por mais R$ 1,1 milhão, a ser dividido entre o patrocinador e o operador.

Segundo Medeiros, o projeto já foi apresentado para mais de 30 empresas no país e há aquelas que demonstraram mais interesse. Patrocínio fechado, por ora, ainda não há. "Para patrocinar um projeto desse, a marca precisa estar interessada em promover sustentabilidade no meio urbano. O detalhe é que não é fácil mensurar o retorno de mídia com a bicicleta e muitas empresas optam por usar mídia convencional", pondera.

Para a capital, a empresa ainda considera alavancar mais algumas ideias. Uma delas é usar o espaço dos bicicletários para fazer a manutenção dos equipamentos e oficinas de capacitação em mecânica de bicicleta. Outra possibilidade, para estimular o uso da bicicleta, é disponibilizar as magrelas gratuitamente por um determinado período para quem usa cartão transporte.

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