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A pacificação de favelas está provocando um aumento nos preços dos aluguéis em comunidades que receberam unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) 6,8% acima do de imóveis localizados em bairros tradicionais.

A conclusão está em uma pesquisa divulgada na quarta-feira (16) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que também fez uma comparação entre as estruturas disponíveis nas favelas da Rocinha e do Complexo do Alemão.

O trabalho da FGV, desenvolvido pelo pesquisador Marcelo Neri, utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), de 2009, e do Censo das Favelas, feito em 2008 pelo governo do Rio.

"Já se pode falar em um efeito UPP nos aluguéis nas favelas, que subiram quase 7% a mais do que a valorização do resto da cidade, no primeiro ano após a implantação das unidades", disse Neri.

Ele constatou que apesar da questão policial estar equacionada nessas áreas, ainda existem muitos problemas a serem resolvidos. Na Rocinha, por exemplo, 36,8% dos moradores não têm endereço para correspondência, o que é uma dificuldade a mais na hora de se preencher uma ficha de emprego ou de se fazer um carnê de loja. E falta iluminação pública próximo da residência de 54,7% dos entrevistados.

A pesquisa da FGV comparou as comunidades da Rocinha e do Alemão e constatou que na favela da zona sul carioca existe maior possibilidade de emprego, pela proximidade com moradores de classes sociais de alto poder aquisitivo. No entanto, na Rocinha o problema do adensamento urbano é mais grave, obrigando as pessoas a viverem muito próximas umas das outras, às vezes dividindo o espaço com mais de uma família.

"O trabalho é muito mais forte na Rocinha, pelo fato de ela estar encravada na área mais rica da cidade, em um centro dinâmico em expansão. Por outro lado, todas as condições de moradia são piores lá, pois é uma topografia complicada e que gera aglomeração de pessoas, com muitas famílias sob o mesmo teto".

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