Trâmites envolvendo o repasse de verbas destinadas ao aluguel das instalações da Faculdade de Jandaia do Sul (Fafijan) para uso de atividades da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no câmpus de Jandaia do Sul, Norte do estado, estariam levando a atrasos no pagamento de funcionários da instituição privada. Segundo professores da faculdade ouvidos pela reportagem, desde janeiro, mês em que teve início o contrato de locação de um dos blocos da Fafijan para a UFPR, os vencimentos deixaram de ser quitados até o dia 5 de cada mês. A situação teria sido agravada porque dinheiro do caixa da instituição teria sido investido no prédio que hoje abriga os cursos da UFPR.

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Pelo contrato firmado com a Fafijan, a UFPR deve repassar por mês R$ 67 mil para a faculdade. O valor deve cobrir a locação do segundo e terceiro andares de um dos blocos da Fafijan, equipamentos e espaços compartilhados. A parceria deve seguir até que a universidade tenha construído sede própria em terreno doado pela prefeitura. O investimento na área está previsto em R$ 45 milhões.

"O que nos passam é que o atraso está acontecendo porque a Fafijan não recebe da UFPR o valor do aluguel. É difícil para nós", disse um funcionário. Ele relatou que os professores vêm lidando com sucessivos atrasos nos pagamentos. Mais recentemente, os vencimentos que deveriam ser pagos no dia 1.º de março, chegaram no último dia 27, e os de 1.º de abril, no dia 9. "Ainda continuamos com receio, esperando o fim do semestre para saber como a situação ficará", disse outra professora.

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De acordo com a diretora da Fafijan, Maria Gertrudes Gonçalves de Souza Guimarães, há uma dificuldade de fluxo de caixa relacionada à morosidade que envolve os processos burocráticos exigidos nos trâmites dos pagamentos feitos pela UFPR. "Isso afetou momentaneamente, mas não caracteriza uma situação complexa ou mais abrangente. Desde que entramos na direção, os funcionários sempre receberam em dia", disse Maria Gertrudes, ao reforçar que não se trata de uma locação simples, mas de "uma situação nova". "É natural que surjam imprevistos", completou.

O assessor da Pró-Reitoria de Administração da UFPR, José Clóvis Pereira Borges, argumentou que a situação foi causada porque houve atraso da Fafijan na adaptação ao processo de pagamento adotado pela universidade. Os pagamentos dos meses de janeiro e fevereiro foram cobrados de uma só vez e quitados em março. O mês de março teria sido cobrado antecipadamente e o processo precisou ser refeito. "Eles mandam fatura e abrimos processo de pagamento, a contabilidade lança no sistema do governo federal", pontuou. Cada processo, conforme Borges, tende a levar de sete a dez dias para ser finalizado.