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Análise

Apresentar drogas não é a melhor opção

Sem abordar o caso da escola do Tarumã especificamente, a coordenadora técnica do Projeto Não-Violência, Adriana Cristina de Araújo Bini, afirma ser fundamental que as escolas abordem a questão do uso de drogas. Porém, falar simplesmente sobre a composição, efeitos e prejuízos à saúde não necessariamente vai inibir que os estudantes se tornem usuários. Para a educadora, mais importante é criar um ambiente de confiança e segurança no ambiente escolar, onde a criança ou adolescente crie um vínculo com os professores para os momentos de dúvidas ou angústias.

"Muitas vezes as pessoas procuram a droga porque estão angustiadas, se sentindo sozinhas, não sabem como agir. Essas sensações são comuns para o adolescente. Nessas horas, a escola precisa ser um porto seguro para que, diante de uma dificuldade, o jovem procure o educador para conversar, desabafar, ao invés de procurar refúgio na droga", defende.

Adriana afirma que o assunto ainda é tratado de forma "moralista" por muitos educadores, que procuram "assustar" os jovens reforçando somente os prejuízos causados pelos entorpecentes. Para ela, apresentar drogas aos jovens, mesmo quando elas estão sob o poder de policiais e palestrantes, não é a melhor opção. "Você precisa mostrar ao adolescente outras formas de prazer. É importante investir em espaços de lazer na comunidade, que propiciem atividades culturais e esportivas em grupo. Essas sim são alternativas para dar mais segurança e confiança aos jovens", relata.

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Um trabalho em sala de aula sobre maconha virou tema de sindicância e investigação policial ontem, em Curitiba. Durante uma apresentação na disciplina de Artes, na 8.ª série do Colégio Estadual Nossa Senhora de Fátima, no bairro Tarumã, um estudante teria levado a droga e mostrado aos demais alunos. A professora que acompanhava o grupo, ao invés de recriminar o rapaz, teria o encorajado a prosseguir a apresentação. A direção da escola se reuniu ontem à tarde com representantes da Secretaria de Estado da Educação (Seed) e da Patrulha Escolar da Polícia Militar depois que um pai entrou em contato para denunciar o caso, que teria ocorrido quinta-feira de manhã. O pai de uma aluna da turma, que preferiu não se identificar, informou à Gazeta do Povo que o estudante teria mostrado até como embalar a droga para o fumo e defendido que a maconha não é nociva à saúde. "É uma coisa que choca a gente. O professor devia pelo menos ter avisado uma autoridade. A minha preocupação é: como um aluno mostra maconha dentro da sala de aula?", afirma.

A direção da escola alega que ainda não é possível afirmar com certeza se o rapaz realmente levou o entorpecente para a apresentação. Em nota oficial enviada à Gazeta, porém, a Seed confirma que a droga foi mostrada aos alunos e que uma investigação será feita em conjunto com a Polícia Civil, Patrulha Escolar, Conselho Tutelar e Ministério Público Estadual para identificar a origem da maconha.

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Afastamento

A Secretaria da Educação informou que a professora que ministrava a aula foi afastada e que abrirá uma sindicância para investigar a atitude da docente. Na nota enviada à Gazeta, a Seed relata que a sindicância "poderá inclusive culminar na exoneração dela do quadro próprio do magistério da rede estadual de ensino". O nome da professora não foi informado.

A diretora do colégio, Fátima Iara Godoi, relata que os professores costumam tratar o tema drogas em sala de aula, mas tendo como base a prevenção, por meio de parcerias com a Patrulha Escolar. Ela confirma que o assunto foi debatido com os alunos na quinta-feira de manhã, mas não sabe quais métodos a professora utilizou. Uma reunião na escola com pais, alunos e equipe pedagógica foi convocada para a próxima segunda-feira de manhã e contará com presença da Patrulha Escolar.

Prevenção

Para o tenente-coronel Douglas Dabul, comandante da Patrulha Escolar Comunitária, falar sobre drogas em sala de aula ainda é visto como algo "polêmico" por muitos pais. Para ele, isso reforça a necessidade do tema ser apresentado de forma clara por educadores e integrantes da própria patrulha, que costumam dar palestras em escolas do estado.

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Dabul defende, porém, que ainda é cedo para julgar a atitude da professora. Segundo ele, somente depois da reunião com os pais e alunos, na segunda-feira, poderá ser elucidado de que forma o assunto foi tratado. O comandante, assim como a diretora da escola, não confirma se o que o aluno levou para a apresentação era mesmo maconha.

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Interatividade

Que atitude a direção do colégio deve tomar caso se confirme que havia maconha dentro da sala de aula?

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