R$ 110 mil
Esse é o valor mensal gasto com a manutenção do Centro Educacional João Paulo II, que oferece atividades de contraturno para alunos de escolas públicas de Piraquara. O valor é coberto integralmente por doações de parceiros e voluntários.
Quando se fala em educação gratuita, a referência natural é aquela oferecida pelo poder público nas redes estadual, municipal e federal. Mas há iniciativas privadas que demonstram ser viável a manutenção de um ensino sem mensalidades. Motivadas pelo ideal de responsabilidade social, e também pela frustração com a dificuldade do Estado em garantir uma educação básica de qualidade para todos, há exemplos na Grande Curitiba que têm gerado resultados positivos.
O Colégio Sesc-São José, no centro de Curitiba, trabalha com o ensino regular e todos os seus alunos recebem bolsa de 100%, custeadas pelo Serviço Social do Comércio e pela rede de ensino Bom Jesus. O colégio tem 730 alunos de ensino médio, que comprovaram ter renda familiar de até três salários mínimos e foram aprovados num processo seletivo.
De acordo com a gestora Lucinéia de Carvalho Appel, além da parceria com o Sesc e o Bom Jesus, há um convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que oferece cursos profissionalizantes no período do contraturno para alunos do segundo ano do ensino médio.
No ano passado um dos resultados mais comemorados pelo colégio foram as aprovações de três primeiros lugares na Universidade Federal do Paraná (UFPR), nos cursos de Matemática, Letras (Português-Inglês) e Sistemas de Informação. "Esse é um compromisso das entidades empresariais para qualificar nossa mão de obra, já que o ensino público, sozinho, não dá conta", afirma o presidente do Sistema Fecomércio Paraná, Darci Piana.
Contraturno
Em Piraquara, o Centro Educacional João Paulo II oferece atividades de contraturno com duração de quatro horas diárias para 260 estudantes da rede pública. A instituição orgulha-se de ter contribuído para que os alunos da Escola Rural Municipal Júlia Wanderlei atingissem a segunda maior pontuação do município, em 2012, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com média 4,9 nos anos iniciais do ensino fundamental.
Conforme explica Belmiro Valverde Jobim Castor, diretor-presidente da instituição, a iniciativa é fruto de uma parceria entre o Colégio Bom Jesus, responsável pela orientação pedagógica, o Serviço Social da Indústria (Sesi), que cuida das atividades extracurriculares, como a prática de esportes, e várias empresas que contribuem financeiramente com doações. "Não temos as mesmas limitações da escola pública, então podemos contratar professores qualificados que recebem salários melhores para oferecer aulas de reforço com qualidade", diz Castor.
VagasCritérios de seleção incluem provas e renda familiar do estudante
No Centro Educacional João Paulo II, em Piraquara, o foco é a comunidade local. Há 65 vagas para educação infantil em tempo integral. Os critérios de seleção são renda e proximidade. Para as atividades de contraturno, a escola é aberta a todos os alunos da Escola Municipal Júlia Wanderlei, que é a mais próxima, mas do 6º ano do ensino fundamental em diante também recebe alunos de outras escolas estaduais.
No Colégio Sesc-São José qualquer aluno concluinte do ensino fundamental na rede pública pode concorrer a uma vaga. O principal critério é renda familiar máxima de até três salários mínimos, mas outros fatores também são considerados, como o número de membros na família. Além disso, filhos de comerciários que comprovem a mesma faixa salarial, ainda que tenham estudado em escola privada, podem concorrer.
Depois da análise de documentação os candidatos passam por uma prova que avalia conhecimentos de matemática e produção de texto. Mais detalhes sobre o processo seletivo podem ser encontrados no site do colégio (www2.bomjesus.br/sescsaojose).
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