Sete alunos com deficiência visual do curso de Avaliação Olfativa da Fundação Dorina Nowill tiveram uma experiência sensorial nesta quarta-feira (17). Eles visitaram a fábrica do Grupo Boticário, em São José dos Pinhais, e puderam acompanhar todo o processo de produção de perfumes.
Na visita, eles tocaram nos equipamentos, sentiram as fragrâncias dos perfumes e das matérias-primas e ouviram os barulhos da indústria. A primeira parada do grupo foi no "berçário", nome dado ao local onde os brotos das flores -- que vêm de Holambra, no interior de São Paulo -- descansam.
"Eles levam de 10 a 15 dias para desabrochar", conta o coordenador de fragrâncias César Veiga. Cada 3 toneladas de flores gera um quilo do óleo essencial, um dos principais componentes do perfume. "Uma gota dele já é suficiente para a composição do produto e inclusive é capaz de deixar uma casa muito cheirosa", brinca Veiga.
Uma das alunas que acompanhou a visita foi Elizabeth Ramos Marcondes, 27 anos. "Eu estou adorando. Nós já fomos a outras empresas, mas nunca tivemos a oportunidade de conhecer o processo todo", conta ela, que tem apenas 10% da visão. Enquanto conversava com a reportagem, ela cheirava e sentia a textura de um lírio utilizado na produção.
Processo
Logo depois do berçário, as flores passam pelo enflourage, processo em que são colocadas sobre uma placa de vidro com gordura, que fica impregnada com o óleo da planta. A gordura, depois de sair do berçário, é enviada para a sala de separação, onde é desassociada do óleo por meio de um aparelho. Na última parte do processo, o óleo passa por um filtro para perder todos os resquícios de gordura e vai para a refrigeração e para a fábrica.
Além de acompanhar o processo de enflourage, os alunos também conheceram a fábrica. Uma das paradas foi o local onde é produzido o perfume Coffee Man. Eles também tiveram uma palestra sobre marketing de produto e tendências do setor de perfume.