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| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Pelo menos 27 escolas públicas do Paraná estavam ocupadas por estudantes contrários à MP 746, que prevê mudanças no ensino médio, nesta quinta-feira (27). A reportagem da Gazeta do Povo percorreu ao longo da tarde seis dos maiores colégios alvo de protestos em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Em todos os casos, os manifestantes não permitiram a entrada nas escolas.

Escolas ocupadas no Paraná

São José dos Pinhais

Colégio Estadual Elza Scherner Moro

Colégio Estadual Afonso Pena

Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen

Colégio Estadual Costa Viana

Colégio Estadual Silveira Da Motta

Colégio Estadual Hebert De Souza

Colégio Estadual Chico Mendes

Colégio Estadual Juscelino K. De Oliveira

Colégio Estadual Padre Antônio Vieira

Colégio Estadual São Cristóvão

Colégio Estadual Angelina Prado

Colégio Estadual Shirley

Colégio Estadual Guatupê

Colégio Estadual Lindaura Ribeiro

Colégio Estadual Estadual Ipê

Colégio Estadual Unidade Polo

Colégio Estadual Romário Martins

Colégio Estadual Barro Preto

Colégio Estadual Zilda Arns

Pinhais

Colégio Estadual Arnaldo Busato

Ponta Grossa

Colégio Estadual Ana Divanir Borato

Colégio Estadual Polivalente

Colégio Estadual General Osório

Maringá

Colégio Estadual Brasílio Itibere

Mandaguaçu

Colégio Estadual Parigot de Souza

Fazenda Rio Grande

Colégio Estadual Cunha Pereira

Colégio Estadual Liria Nichele

Em metade das situações, os estudantes também preferiram não se pronunciar. Nas demais, quem aceitou conversar relatou que os alunos têm seguido um esquema de revezamento por áreas. Divididos em comitês de comunicação, segurança, alimentação, limpeza e organização, os jovens estariam contando com apoio de alguns professores e da comunidade na ocupação. A cada noite é preciso que pelo menos 40 pessoas estejam em vigília no local. Eles dormem em colchões levados de casa ou colchonetes disponibilizados por diretores.

“Estamos contando com doações para nossa alimentação. Não usamos nada da merenda escolar, só a estrutura da cozinha”, disse uma aluna, de 18 anos, do Colégio Estadual Costa Viana.

Os estudantes também teriam recebido orientações da Polícia Militar quanto ao zelo pelos prédios escolares e práticas que podem resultar em flagrante, como o uso de drogas ou álcool nas dependências dos colégios.

Uma aluna do Colégio Estadual São Cristóvão, de 16 anos, contou que os colegas têm procurado seguir à risca as recomendações. “Temos regras lá dentro. Se sujou tem que limpar, não pode beber, não pode ter barulho após as 22 horas. A partir de sexta, cada um também terá um crachá de identificação”, disse.

Durante a mobilização, só professores, membros do Conselho Tutelar e pais acompanhados dos filhos podem entrar nas escolas. No São Cristóvão, uma reunião com os responsáveis está prevista para esta sexta-feira (7). O objetivo é tirar dúvidas de familiares sobre o movimento.

A vendedora Rosa Batista, de 37 anos, é uma das mães que buscavam informações nesta quinta sobre quanto tempo duraria a ocupação e qual era a reivindicação dos alunos. “Falta muita informação. O governo fala uma coisa, os alunos outra. Como vão repor as aulas?”, questionou.

O movimento ainda deve apresentar à Secretaria de Estado de Educação (Seed) uma proposta para reposição das aulas. Nesta quinta, parte dos professores de escolas ocupadas permaneciam na área administrativa, separados dos alunos, para cumprir sua carga horária.

Ocupações

De acordo com a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), o número passou de 13 escolas ocupadas na quarta (5) para 27 nesta quinta (6). As ocupações tiveram início noite de segunda-feira (3), no Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen, em São José dos Pinhais, município que concentra a maior parte das escolas ocupadas no estado, 19.

A mobilização também afetou o funcionamento de unidades em Curitiba, Maringá, Ponta Grossa, Mandaguaçu, Fazenda do Rio Grande e Pinhais. “Fazemos um balanço muito positivo porque a reforma está mobilizando até quem não gosta de política, serve para impulsionar uma grande corrente nacional contra a reforma”, definiu o presidente da UPES, Matheus dos Santos. Ele acredita que novas escolas devem aderir à ação nos próximos dias.

MP

Entre os principais pontos da MP estão o aumento da jornada diária de quatro horas para sete horas e a flexibilização das disciplinas. A medida possibilitaria que os alunos, a partir do segundo semestre do 2º ano, optassem por uma área de conhecimento para se aprofundar, ente as áreas de Linguagem, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Formação Técnica e Cursos Profissionais. O texto ainda não foi votado. Caso isso aconteça, as alterações previstas deverão ser feitas de forma gradual, a partir do fim da discussão do currículo comum das escolas (a Base Nacional Comum Curricular), prevista para terminar em 2018 ou 2019.

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