Alunos da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp) arrecadaram mais de R$ 45 mil para homenagear três professores demitidos da instituição na semana passada. Os docentes foram convocados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Trotes, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), após denúncias de terem perseguido estudantes e de estarem presentes em festas e eventos em que aconteceram casos de violência contra calouros.
Em apenas um site de arrecadação online, dez pessoas abriram contas para homenagear os professores em campanhas de apoio. Juntas, as contas tinham arrecadado até as 18 horas de domingo, 5, R$ 45.264. Os alunos disseram que vão fazer uma campanha pela cidade. Na manhã de quinta, um outdoor com a foto de dois dos professores demitidos foi colocado na Avenida Orozimbo Maia, uma das mais movimentadas de Campinas.
Desde a demissão dos professores, a Puccamp vem enfrentando uma série de protestos de alunos e residentes. Além disso, dois docentes pediram demissão em solidariedade aos colegas. Eles defendem que os professores foram mandados embora injustamente e que não foram apresentadas provas que atestem as denúncias.
A universidade informou que, por se tratar de “assuntos internos da instituição” e “em respeito a todos os envolvidos” não vai se pronunciar sobre os motivos que levaram ao desligamento dos docentes.
Dossiê
A reportagem teve acesso a um dossiê que alunos encaminharam à universidade para denunciar casos de abusos físicos e psicológicos praticados por alunos veteranos e professores. No documento, os estudantes relatam que as relações na universidade são “arcaicas e agressivas” e que os calouros são reprimidos nas festas com “empurrões, tapas e escarradas no rosto, são urinados e ofendidos verbalmente”.
O documento encaminhado para a direção da Puccamp ainda tinha áudios e imagens de mensagens trocadas em redes sociais de uma das professoras demitidas. Nas mensagens, ela incita a violência contra os alunos denunciantes.
Questionada, a Puccamp não confirmou ter recebido o dossiê. A universidade informou que, antes das denúncias feitas à CPI, já havia aberto duas sindicâncias internas para apurar a participação de alunos e docentes em um “esquema de intimidação e de ameaças que visa a obrigar os alunos ingressantes a manter a estrutura de poder e hierarquia da chamada ‘Família Med Puccamp’, que, entre outros, favorece a ocorrência de trotes humilhantes e violentos”.
A instituição informou ainda que, por ter considerado que alguns dos fatos denunciados se caracterizavam como atos ilícitos passíveis de responsabilização no âmbito criminal, encaminhou os fatos ao Ministério Público Estadual (MPE), em setembro do ano passado.
A promotoria afirmou que o caso está sob sigilo. A Puccamp não informou se já concluiu a sindicância.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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